Os anos 90 viram uma revolução que tem poucos precedentes na história da música. Quando a indústria fazia bilhões com seus astros pop, vendendo milhões e milhões de discos, emplacando vídeo após vídeo na MTV, o surgimento de um algoritmo de compressão de arquivos de áudio iniciou um processo que até agora, não tem bem uma definição.

O mp3 tornou possível comprimir arquivos de áudio com um nível de perda que não ofendia os ouvidos. De repente, você poderia pegar seus CD's e "passá-los para o computador" (como se dizia na época), em uns arquivinhos de uns 3 ou 4 megas.

De repente, as pessoas somaram 2+2 e começaram a compartilhar esses arquivos por meio de serviços como o Napster e a deixaram os executivos das gravadoras de cabelo em pé, quando as vendas de discos cairam vertiginosamente e, com isso, a revolução estava feita. Nunca mais o mundo da música foi o mesmo.

O mundo viu, logo depois, a Apple transformar o formato em negócio sério, fazer fortuna com o iTunes e sedimentar as bases pra reconstrução de um mercado musical que só agora vem se redesenhando com serviços de streaming tomando a dianteira, como o Spotify e o Youtube.

Enquanto isso, aqui no Brasil, a gente viu a ascensão dos mp3 players. Toda criança teve um.

Agora, depois de tanta história, o formato MP3 está chegando ao fim.

A fundação Alemã Fraunhofer Institute for Integrated Circuits, que possui a patente do mp3, anunciou que não mais vai dar suporte ao formato.

Não é que as pessoas estejam parando de utilizar o mp3, mas o fato da empresa abandonar a patente e desistir de dar suporte, é um passo simbólico bem importante para que outras tecnologias tomem o lugar dele. Tanto é que o motivo para esse término na relação é, justamente, o reconhecimento por parte da Fraunhofer do surgimento dessas compressões mais eficientes, como os codecs ISO-MPEG da família AAC ou MPEG-H.

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Na prática, isso não significa que de uma hora pra outra, seu celular ou computador vai parar de tocar suas músicas armazenadas. Porém, provavelmente, o número de novos dispositivos oferecendo suporte vai começar a minguar até que ter mp3 guardados vai ser só uma memória no passado.

Com a expansão dos serviços de streaming, então, vai ser ainda mais difícil que a gente sinta de verdade a ausência do formato vovô da música. Para quem cresceu baixando arquivos e atualizando pastas e gerenciando coleções, ficam as memórias de um tempo que não volta mais.

Redação PdH

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