“Você ganhou peso.”

Costumava ser um tradicional elogio trocado pelos habitantes das Ilhas Fiji, segundo antropólogos.

Em 1995, satélites começaram a disparar sinais de televisão para lá. Um mês depois a Dra. Anne E. Becker, diretora do Centro de Distúrbios Alimentares na Escola Média de Harvard, iniciou uma pesquisa com adolescentes nativas, na casa dos 17 anos.

O resultado? O risco médio de distúrbios alimentares entre as garotas, auferido por testes, subiu de 13% para 29% em três anos.

Fiji pode agradecer à insanidade televisiva pelo presente.

Beverly Hills 90210. “Educando” toda uma geração de adolescentes na década de 90…

Distúrbios alimentares muitas vezes são reflexo dos distúrbios da mente.  Seres humanos entram em desespero com a ideia de que precisam atingir padrões impossíveis de serem alcançados para serem aceitos, admirados, queridos. Amados.

Desenvolvem quadros de neurose, depressão, comportamentos psicóticos e por aí vai. Em outras palavras, se matam a conta gotas.

Causa mortis: tristeza, por inadequação.

Portanto, todo e qualquer projeto estraçalhador de noias tem meu apoio. Não sei quem teve a ideia genial, mas há online na url www.genitalia.me uma galeria de paus e bocetas dos mais variados tamanhos, cores, texturas e formas. Trata-se do Banco Mundial da Genitália.

Uma beleza, diversidade na fuça. Fotos reais.

Aos criadores, deixo uma sugestão: insiram um link para as pessoas enviarem suas fotos. Vou ser o primeiro da fila.

Aos habitantes de Fiji, desliguem seus televisores! As ilhas de vocês deixam qualquer programa no chinelo.

Guilherme Nascimento Valadares

Co-fundador e diretor de pesquisa no Instituto PDH.

Leia também  Ele não tá bem, mas não quer ir ao psicólogo