Durante uma semana, 35 mil participantes e 2,7 mil palestrantes comprovaram que os austinetes realmente sabem receber os visitantes do mundo todo e que a capital do Texas e a detentora do título de cidade mais verde dos EUA é um agradável lugar para estudar e viver uma experiência interativa.
A cidade cheira a empreendedorismo, com apoio do governo, empresas e universidades.
Em sua edição comemorativa de 30 anos, com a participação especial de Barak Obama na abertura oficial do evento, essa edição da jovem senhora SXSW veio recheada de conversas bem polêmicas do calibre "Apple vs FBI" e "Trump vs liberdade de imprensa".
Quem tinha a expectativa de encontrar no South by Southwest Interactive 2016 os assuntos que estão sempre em voga no Brasil, como Storytelling e Branded Content, ficou surpreso com a quantidade de inovações, novidades em tecnologia e comunicação.
O que esteve por lá?
Os assuntos que se mostraram mais presentes: Realidade Virtual, Inteligência Artificial e Big Data.
RV – Realidade Virtual
Ela estava em todos os cantos da cidade – podia ser uma prazerosa volta de bicicleta no parque sem sair do lugar, uma luta entre tripulantes de uma nave em que se está defendendo a galáxia ou mesmo o lugar que você fotografa e transforma em um ambiente RV.
“Ótimo”, você pode pensar, “um assunto que eu já vi e não pegou” – pois é, pegou, sim: óculos e celulares já estão à venda em todos os lugares e com preços milagrosamente acessíveis.
AI – Inteligência Artificial
Os robôs estão aprendendo a raciocinar como nós, só que mais rápido. Algoritmos mais elaborados trabalham para que máquinas possam algum dia tomar decisões e agir com inteligência.
É bem provável que continuem tomando posições de trabalho dos seres humanos, mas estão sendo apresentadas como as “melhores amigas do homem”.
Para nós, brasileiros, acostumados a ter contato com informações vindas das empresas privadas, no SXSW é positivamente assustador constatar que assuntos como AI são tratados com a participação das universidades e meios acadêmicos.
Big Data
Mostrou-se o assunto mais polêmico da semana, tomando um bom tempo do painel de Obama, entre outros. O governo dos EUA está montando um Big Data realmente big, com a convergência das informações da net, das redes sociais, dos buscadores e assim por diante.
Quem gosta de uma teoria da conspiração, ou do George Orwell, tem aí um prato cheio para uma boa discussão. A cereja é a disputa judicial entre a Apple e o FBI para decidir quem controla a informação do usuário – o governo, a indústria ou ambas em “harmonia”.
As previsões para o futuro
Na minha opinião, Maksymilian Rafailovych "Max" Levchyn, cofundador do PayPal e do Affirm, trouxe um dos painéis mais interessantes na previsão do que vem por aí, sendo os principais tópicos:
1. Fractal Knowledge
Desenvolvimento de produtos ou serviços para pequenos nichos para um grande mercado – é o que está por trás do raciocínio do Uber – com o desafio de ter ou a melhor tecnologia ou o maior mercado/network efetivo.
2. Novos softwares comendo softwares antigos
Mesmo com uma vasta gama de distribuição e penetração, softwares antigos/ultrapassados serão substituídos cada vez mais rapidamente.
3. Transparent by design
O design das coisas vai ser cada vez mais inteligente e simples, beneficiando a experiência em detrimento do produto pelo produto.
A conquista do céu?
O que para nós brasileiros é discussão de filme de ficção científica, lá em Austin se mostrou bem próximo e possível.
No estande da Nasa as pessoas eram informadas de que 2018 será o ano do principal teste para as viagens tripuladas para Marte e que a primeira viagem com tripulantes, além da tripulação, será em 2027.
Tudo isso ilustrado com robôs em parceria com a GM, roupas de astronauta, as maquetes das naves tripuladas e os satélites de apoio.
Aliás, os robôs, assim como a realidade virtual, estavam em todos os lugares.
As viagens à Lua se mostraram como assunto batido – o ser humano quer ir mais longe e num espaço de tempo menor, quer chegar lá e se estabelecer.
Apertem os cintos, o futuro realmente chegou – pelo menos em Austin.
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