Achar-se pelas cidades e estradas às vezes é complicado. É normal em cidades grandes que muitas ruas sejam de mão única, fazendo com que cada esquina se torne uma verdadeira armadilha. Além disso, alguns lugares, como Porto Alegre e Salvador, têm ruas e avenidas em curva que dificultam a localização dos motoristas ou pedestres.
Nestas horas de total desespero geográfico é possível distinguir as pessoas entre dois grupos, aqueles que perguntam e aqueles que se encontram sozinhos.
Homens se encontram sozinhos. Trata-se de uma autoafirmação patológica que certamente data da Idade da Pedra.
Caso Pedro Álvares Cabral tivesse escutado sua mulher e parado para perguntar onde ficava a África há mais de 500 anos, talvez hoje não estivéssemos aqui e o Brasil fosse colonizado por chineses e sua rota transoceânica imaginária, como sugerido por um livro de história altamente falcatrua.
Alguém acredita que os Bandeirantes “perguntavam” o caminho enquanto eles desbravavam o interior do país para escravizar índios e se divertir com as índias? Não, né. Ia abrindo picadas a golpes de facão e ai de quem ficasse em seu caminho.
Tempos atrás uma amiga me perguntou porque os homens não perguntavam.
Acontece que homens não precisam perguntar porque nunca se perdem. É uma regra universal.
Rambo e John McClane nunca não pararam para perguntar o caminho e ainda assim conseguiram chegar ao fim de seus filmes.
A resposta que eu dei para ela foi: mulheres perguntam.
Homens não perguntam. Nunca.
Para evitar problemas e não precisar perguntar nunca, os homens criaram vários dispositivos. Se dependesse das mulheres e sua mania de perguntar sempre, inclusive quando sabem onde estão, não precisaríamos ter nenhum destes equipamentos maravilhosos:
- GPS;
- Bússola;
- Mapas;
- Placas de ruas;
- Astrolábio.

E você, pergunta ou se acha?
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.