Meus amigos queriam mudar o mundo

Hoje acordei meio saudosista. Que novidade.

Meus amigos prometeram mudar o mundo. Mais do que isso, prometeram fazer com que mais pessoas acreditassem que isso é possível. Mesmo em meio a paixões mal resolvidas e dúvidas sobre o futuro, encontrávamos soluções para todos os problemas climáticos, diplomáticos e econômicos do planeta. Bastava uma madrugada para rascunharmos respostas para a interminável guerra no Oriente Médio, a defesa da Seleção Brasileira e a então assustadora alta do dólar. Mesmo sem um puto no bolso, trabalhando e estudando, curtíamos aquele vazio entre a adolescência e a vida adulta como raros.

Tínhamos algo bastante em comum. Um gole de boa bebida sempre nos levou, do mais tímido ao mais desenvolto, a sabedoria. Esse momento de estar no seu bar preferido, com seus melhores amigos e a noite estar somente começando é impossível de ser explicado. Apenas vivido. Existem minutos da noite onde tudo parece ser mais fácil. E não dá pra negar, por mais politicamente incorretos que possa parecer, que a boa bebida esteve presente nos melhores momentos da minha amizade.

Não faço a menor ideia para o que estávamos olhando, mas devia ser engraçado

Era um bom grupo. Um grupo focado. Tinha seus ideais, metas, desejos e, principalmente, pavor do senso comum. Enquanto todos viam MTV, nós desbravávamos o Napster. Quando o pagode invadiu os lares via Domingo Legal e Faustão nós trocávamos discos do Led Zeppelin e do Joe Cocker em sebos. Vivíamos um mundo paralelo que, de alguma forma, assusta os desavisados e mesquinhos.

Mas o grande trunfo dessa turma era a noção do que se passava. Tínhamos a certeza de que vivíamos anos diferentes. Não vou cair no clichê de dizer que eram os melhores anos de nossas vidas, pois não eram. Eram anos de aprendizado. Nós tiramos proveito disso. Entre um trago e outro nos perguntávamos quanto tempo aquilo ainda duraria e como seria o a seguir. O futuro, você sabe, assusta.

Dez, nove, oito anos depois, que seja, eu faço um pós-mídia do que aconteceu. Desde nossas previsões até a experiência vivida por alguns. É um pouco idiota ver como éramos inocentes e tolos ao imaginar que tudo seria como queríamos. Meus sonhos, ou grande parte deles, não foram realizados. E o motivo é obvio: nós não sabíamos de nada.

Relembrar o passado em grande estilo é essencial e faz um bem danado

Aprendi com meus amigos que sempre há o que fazer. E, principalmente, aprender. Quisemos mudar o mundo, mas sem conhecê-lo. Ainda há tempo? Não sei. Provavelmente não. Isso talvez eu nunca saiba. Mas que esse meu relato sirva como inspiração.

Principalmente para os mais jovens, entre 18 e 20 anos. É preciso fazer gerar discussão. Vejo gente trocando o happy hour pelo chat em grupo do Facebook. Isso não pode ser bom. A distância e falta de iniciativa não gera historia. Só te torna obsoleto.

Faça-se um favor: levante-se. Mate um dia de aula. Chame um amigo para um bom papo. Conheça o mundo. Tente, sim, mudá-lo.

E não morra com essa minha dúvida.

Promoção: Chivas Regal

Já marcou com os amigos? Ótimo. Que tal agora celebrar esse momento com um jogo de poker e um Chivas 12?

Para concorrer a uma garrafa de Chivas 12 e um kit de Poker by Chivas basta seguir o perfil @ChivasBR e tuitar uma foto com os amigos utilizando a hashtag #FFChivasBR.

Serão aceitas as fotos publicadas até 23:59 desta sexta-feira (29.07). O vencedor será anunciado na próxima segunda-feira (01.08). Escolha uma foto decente, siga o perfil @ChivasBR e tuite. Boa sorte, cabrón.


publicado em 29 de Julho de 2011, 08:11
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Fred Fagundes

Fred Fagundes é gremista, gaúcho e bagual reprodutor. Já foi office boy, operador de CPD e diagramador de jornal. Considera futebol cultura. É maragato, jornalista e dono das melhores vagas em estacionamentos. Autor do "Top10Basf". Twitter: @fagundes.


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