Quando fui atrás de saber o que se comentava da MaturiJobs, apareceu um monte de coisas sobre os tempos de crise, sobre a possível necessidade de pessoas com mais idade trabalhar mais por conta da (falta de) aposentadoria.
Claro, esse projeto deve e pode ajudar muito com esses problemas que estamos enfrentando, mas espero que, se for por isso, ele se torne inútil o quanto antes, já que a ideia é que em algum momento consigamos sair desse estado de crise econômica e política, e faço votos para que pessoas não precisem trabalhar com mais idade, mas que, caso queira, aí sim, venha cair bem iniciativas como as do MatureJobs.
O projeto é de 2015 e segue até o presente momento. A ideia é cobrar apenas das empresas que estão atrás desse perfil para vagas de empregos, pessoas com mais idade – parcela da população brasileira que acaba sendo mais afetada pelo desemprego em épocas de crise e recessão – e que ainda se veem dispostas e querendo trabalhar.
Afinal, com mais de 50 anos, muita gente ainda goza de pleno dispor físico e tranquilidade da mente para seguir produzindo, auxiliando, trabalhando mesmo. E não tem nada de mal nisso, o contrário, sentir-se útil e pertencente só melhora a vida das pessoas.
Fora o fato quase irreversível de que o Brasil é um país que está envelhecendo. Segundo a ONU, até 2050 – que tá logo aí -, teremos no mundo uma população com mais pessoas acima dos 60 anos do que abaixo dos 15.
Mais que necessária é essa procura por maneiras de antever esse cenário e oferecer processos para essas pessoas com mais experiência.
Estudo de Harvard revela que desemprego é o fator que mais provoca divórcios
"Não é sobre ajudar com trabalhos domésticos. Também não é sobre a mulher ter o próprio emprego. Nem sobre o homem passar muito tempo trabalhando e pouco com a família. Pelo contrário. Um estudo recente da Universidade de Harvard indicou que a principal causa de divórcios nos Estados Unidos é o desemprego dos homens.
Para chegar a esta conclusão, a professora e socióloga Alexandra Killewald analisou mais de 6300 casamentos heterossexuais realizados nos Estados Unidos entre 1968 e 2013, nos quais os parceiros tinham entre 18 e 55 anos e estavam no primeiro matrimônio. Desse total, 1684 acabaram em divórcio e tiveram suas causas analisadas em comparação aos casamentos duradouros."
– do artigo escrito aqui no PapodeHomem pelo amigo Breno França.
O homem e o desemprego
Além de de tentar recolocar pessoas mais velhas no mercado de trabalho, é bem vinda também a criação de um diálogo intergeracional, essa conversa mais do que necessária de ouvir e oferecer, de criar laços em dois lados que tem tudo para não se conversar, que facilmente faz um esquecer e desdenhar do outro, situação que estrapola o trabalho e vai para todos os ambientes que podemos imaginar.
Entender como operam os dogmas de um pai de família, de alguém que acaba puxando para si o sustento das pessoas em casa, parte de uma cultura masculina que exige que o homem seja o provedor, o que traz o dinheiro, aquele que não pode ficar em casa, que não pode se mostrar fragilizado, uma pressão que acaba criando depressão e solidão masculina.
A necessidade dessa porta para ouvir o que esses homens têm a dizer, um momento de se colocar disponível para entender e poder explicar também que as coisas podem se movimentar de maneira mais saudável, com menos peso.
Que mais espaços assim surjam. E que mais ambientes propícios para esta conversa acontecer surjam.
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