Como transpor as formas da natureza em números? O que as superfícies, de qualquer coisa, podem nos ensinar? Como medir superfícies muito extensas ou irregulares? Para responder a essas perguntas, o matemático francês Benoit Mandelbrot participou do desenvolvimento do que ficou conhecido como geometria fractal, ou apenas fractal.
Mandelbrot perdeu a batalha contra o câncer em 14 de outubro desse ano. Mas seu legado não está apenas em livros cheios de equações e constantes. Ele proferiu uma palestra no TED em fevereiro deste ano. Vale a pena ganhar 17 minutos da sua vida ouvindo um cientista tão lúcido e acessível.
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Fractal pode ser definido como a matemática aplicada ao mundo natural, que pode ser usada para captar e medir a complexidade das coisas com as quais interagimos. Por esse método, formas matemáticas aparentemente aleatórias seguem um padrão quando divididas várias vezes.
Traduzindo: se você vê uma couve-flor, pode visualizar sua superfície com rugosidade aleatória, mas ao dividi-la você observará o mesmo padrão de superfície. Dividindo novamente, encontrará o mesmo padrão. É como se uma couve-flor fosse formada por milhares de pequenas couves-flores (iguais à maior) e assim por diante.

Se você acha pouco (afinal, temos microscópios eletrônicos pra boa parte disso hoje), saiba que ele publicou a base desse método em 1977 – algo digno de profundo respeito. Esse princípio é utilizado até hoje para medir zonas costeiras e montanhas, antes consideradas imensuráveis.
O legado de Benoit Mandelbrot permanecerá vivo enquanto valorizarmos quem tem coragem e visão para mostrar a perfeição da vida, mesmo em suas complexidades.
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