Julian Assange entrevista Moncef Marzouki, um rebelde na presidência | O mundo amanhã #3

Nota editorial: o PapodeHomem tem orgulho em ser parceiro da agência de jornalismo investigativo “A Pública” e ser um dos republicadores das 12 entrevistas da série “O Mundo Amanhã”, na qual Assange entrevista pensadores, ativistas e líderes políticos em busca de ideias que podem mudar o mundo.

Nesta entrevista, Julian Assange conversa através de medialink com o presidente da Tunísia, o ex-exilado Moncef Marzouki.

“Você ficou surpreso com a falta de poder ao se tornar presidente?”

Assange pergunta ao presidente eleito no país, Moncef Marzouki.

“Eu estou descobrindo que o fato de ser chefe de Estado não significa que você tenha todo poder”

Responde o líder tunisiano.

A revolução na Tunísia em 2011 marcou o início da Primavera Árabe, inspirando a população de outos países do Oriente Médio que, até hoje, seguem saindo às ruas contra governos autoritários.

Após meses de protestos, a revolução tunisiana derrubou o ditador Ben Ali, abrindo espaço para as primeiras eleições democráticas no país em 23 anos

Mas, passada a euforia, fica o desafio: como conduzir um governo que realmente capaz de mudar a vida da população tunisiana?

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Marzouki é médico e opositor de longa data do ditador Zine El-Abidine Ben Ali, o que o levou à prisão várias na década de 1990. Fundou o Comitê Nacional em Defesa dos Prisioneiros de Consciência e foi presidente da Comissão Árabe de Direitos Humanos. Em 2002, exilou-se na França onde, junto com outros tunisianos na mesma situação, fundou o partido político Congresso pela República.

Desde 2001, ele declarara que pressões externas e revoltas armadas não derrubariam Ben Ali, mas sim um movimento popular que empregasse os métodos da resistência civil. Em janeiro de 2011 a Tunísia mostrou que ele estava certo. Depois da queda de Ben Ali, Marzouki voltou do exílio para anunciar sua candidatura e foi eleito presidente interino pela nova Assembleia Constituinte da Tunísia, em outubro de 2011.

A grande pergunta, nas palavras de Assange, é:

“Moncef Marzouki, ativista pelos Direitos Humanos, deve agora liderar o Estado que o aprisionou. Poderá ele transformar o Estado?”.

publicado em 17 de Outubro de 2012, 15:02
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