Juca Kfouri, para não desistir do futebol, política e jornalismo | O Papo #2

Uma conversa para quem está lutando para o otimismo ganhar do ceticismo

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Quando nos perdemos em meio ao barulho e aflição causado por tanto trabalho, stress e falta de diálogo na nossa rotina, não é raro termos vontade de desistir do mundo.

Juca Kfouri sempre esteve nas trincheiras, denunciando tudo aquilo que considera injusto, inicialmente movendo-se pela paixão em direção ao futebol, logo percebeu como a política e a ganância podem se misturar às alegrias do esporte e do cotidiano.

Em 1982 fez a reportagem que trouxe a público a máfia da loteria esportiva e inaugurou um tipo de jornalismo investigativo que não fazia parte das publicações de esportes da época.

Depois, rumou para a Playboy, onde preenchia a publicação com tudo o que não era foto de mulheres e fez parte da época de ouro da revista, com as mais emblemáticas entrevistas que ela teve, como a do Pelé, na qual ele confessa que tinha chorado há poucos dias por conta de uma briga com o irmão, Zoca. E isso foi só o começo de um desabafo que mostrou como mesmo os reis são feitos de carne e osso.

Juca é uma figura de língua afiada e vocabulário amplo. Tem a mesma habilidade tanto entrevistando quanto do outro lado do balcão e, apesar de inicialmente se negar, acaba abrindo o coração e falando também da vida particular, do amor pelas netas, das dificuldades de envelhecer e enfrentar a morte, dos aprendizados que teve com o pai, das mudanças e caminhos inusitados que a vida proporcionou e, claro, também sobre o Corinthians e o nosso momento político.

O Juca sempre tem uma opinião forte a dar, inclusive sobre o papel da sua profissão. "Eu não acredito em jornalista que não queira melhorar a esquina da rua onde ele mora, a cidade em que ele vive e, com o perdão da pretensão, o mundo.", diz.

Por meio de suas publicações, ele conseguiu deixar uma semente de ética e qualidade de técnica num nível altíssimo, capaz de transformar a sociedade e o próprio jornalismo. 

"Eu brigo todo dia para que a minha esperança ganhe do meu ceticismo."

Essa é uma frase que a gente deveria repetir como um mantra.

Se gostar dessa conversa, sugiro muito dar uma olhada também no último Papo que tivemos com a Camila Achutti.

Índice

00:12 Sobre brilho no olho, utopia. "Eu não acredito em jornalista que não queira mudar a esquina do bairro em que ele mora."

3:20 Sobre a formação em ciências sociais, paixão pelo basquete e contratação pela Abril

9:20 Momentos marcantes na passagem pela Placar e Playboy. Causo da Glória Pires, Adriana Galisteu e a interferência do Senna na publicação. "Meus dois últimos anos na Playboy, 93 e 94, foram os dois anos profissionais mais felizes da minha vida."

14:30 Crise dos homens e do masculino, a entrevista com o Pelé pela Playboy. "O fato de o homem expor suas dificuldades permite que o homem fique melhor. Não vai ficar pior." 

19:05 Por você não muda de São Paulo? “Minhas netas. Algumas compensação pra envelhecer devia ter.”

21:37 Pra você, o que significa envelhecer, morrer? "Envelhecer não é legal."

24:40 Sobre os protestos na frente da casa do Juca Kfouri. “Como a intolerância termina.”

30:00 Um aprendizado sobre jornalismo e sobre a vida

Mecenas: Chivas

Acreditamos que o jornalismo, a política e as boas conversas tem o poder de nos ajudar a vencer do jeito certo, por isso, Chivas será o Mecenas da primeira temporada d'O Papo: Conversas que realmente importam. Vamos trazer pessoas que estão fazendo a diferença para dividirem suas idéias, provocar, questionar e porque não, brindar conosco


publicado em 05 de Maio de 2016, 17:14
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Luciano Ribeiro

Cantor, guitarrista, compositor e editor do PapodeHomem nas horas vagas. Você pode assistir no Youtube, ouvir no Spotify e ler no Luri.me. Quer ser seu amigo no Instagram.


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