Agimos como se fôssemos eternos porque, na real, não temos a sensação de estar envelhecendo. Contemplar a impermanência em seres mais velhos ou montagens de fotos é insuficiente, assim como até hoje nosso corpo ainda vê o Sol girando ao redor da Terra. O engano do corpo é mais eloquente do que a verdade do raciocínio.

O problema persiste porque a cada ponto da vida eu me identifico com o corpo atual: não parece que eu era aquele menino de 9 anos; e agora projeto este meu corpo vivendo novas experiências no futuro.

Se tento me visualizar como outro corpo daqui a alguns anos, imediatamente há uma desidentificação – já que o “eu” sempre é igualado a este ser no espelho, não consigo me enxergar com outro corpo. Logo, sou igualmente incapaz de me imaginar nitidamente no futuro, de ter alguma certeza corporal que estou envelhecendo, o que reduziria a ilusão de imortalidade e talvez me fizesse viver melhor.

É tão difícil nos identificar com nosso corpo pós-morte quanto admitir que vamos morrer

Tal dinâmica persiste mesmo quando o corpo mostra sinais de decrepitude, ou todo homem velho vira sábio? Muitos que conheço ainda se irritam por bobeiras, insignificâncias diante da morte.

Você também não sente nitidamente que está envelhecendo? Sugere alguma prática para deixar essa realidade mais próxima? Seguimos o papo nos comentários.

Gustavo Gitti

Professor de <a>TaKeTiNa</a>

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