Sabemos como vivemos em um país no qual não é exatamente fácil sair de casa depois de uma semana trabalhando 12 horas todos os dias. Quando você, finalmente, tem a possibilidade de parar, a energia está tão baixa que só consegue pensar em ficar em casa, fazer uma pipoca e assistir um filme.

E tudo bem.

Museu é um negócio que parece distante. E, pra muita gente (pra não dizer a maioria), de fato é.

Mas, colocando de lado aqui as questões estruturais e políticas mais amplas, uma parte do afastamento das pessoas também vem de uma falta de conhecimento sobre o que um Museu realmente é e o que ele pode proporcionar. 

É importante lembrarmos que os museus não são apenas lugares onde se guarda objetos antigos, mas que também há um enorme esforço de pesquisa e geração de conhecimento, que há muitos profissionais voltados a atender e a transmitir o que é desenvolvido ali de volta pra comunidade.

Uma visita ao museu não precisa ser a chatice metida à besta que, muitas vezes, a gente pensa que é. Na verdade, pode ser uma oportunidade de se deparar com inúmeras possibilidades de expandir a nossa cultura e conhecimento pra além das bolhas das redes sociais e do gosto e do não-gosto.

Motivos para ir ao Museu

Foto: Katarina Holanda

Vivemos em um tempo peculiar. Mais do que nunca, somos mimados, como crianças que dizem gostar de iogurte e recebem apenas isso para todas as refeições diárias. Os algoritmos das redes sociais e das plataformas de streaming adaptam-se aos nossos gostos e preferências de uma forma que nos impulsiona a apertar botões como ratos em um laboratório. Ficamos presos, literal e metaforicamente, em frente à TV ou segurando o celular, girando a roda da venda de anúncios.

Ainda que a realidade seja dura o bastante e, em teoria, não tenha nada de errado em fazer o que se gosta, limitar-se apenas a isso é uma forma de encarar a vida que reduz nossa visão de mundo ao pequeno espectro das coisas que somos capazes de apreciar e compreender de imediato.

Assim como o corpo precisa se deparar com desafios levemente além da sua capacidade atual para começar a se desenvolver rumo a possibilidades antes não concebidas, a mente também se beneficia dos pequenos atritos com o mundo, seja para conduzí-la a um estado de prontidão que amplia a percepção, seja para, com o choque, transcender as certezas e simplificações.

O museu é uma forma extraordinária de se estimular esse processo. Você pode acessar maneiras de se viver que ficaram no passado, pode entender como pessoas de outro tempo pensavam, agiam e encaravam as questões humanas.

Pode observar o que as pessoas acreditavam ser passível do esforço de registro.

Pode ver como elas expressavam e entendiam a sua história naquele exato ponto e como nós, com o tempo, enxergamos tudo de uma outra forma, quando vemos as cadeias de eventos que nos trazem ao que somos agora.

Levar seus filhos, caso os tenha, é uma oportunidade para mostrar o que era tão interessante que mereceu ser preservado. De imediato, você estimula a curiosidade, cria novas perguntas para eles fazerem e se vê na necessidade de desenvolver boas respostas.

Se você não tem, então é a oportunidade de descobrir um mundo que vai muito além dos boletos, do Netflix e da sua cama.

Por isso, a prática dessa Ignição é: vá ao museu.

Sugerimos que convide um grupo de amigos e faça uma expedição ao museu. Vejam uma exposição e conversem sobre o que viram. Quais as histórias por trás daquilo? A obra pertence a um movimento maior? Quem era o artista? Onde ele viveu? Em qual época? Quais as diferenças entre o tempo dele e o nosso? O que justificava, naquela época, as decisões estéticas dele? Qual a mensagem maior por trás? Como isso impacta a nossa realidade atual?

Insumo pra conversa, com certeza, não vai faltar. 😉

Além disso, ir ao museu pode ser uma forma de encadear com uma outra prática que já publicamos aqui, a de exercitar o olhar e evitar a superficialidade.

Uma curiosidade: se você for de São Paulo e escolher um museu da cidade para visitar por mês, você terá quase dois anos de entretenimento inteligente e barato a seu dispor.

É nosso! Aproveita!

Museus abertos à visitação em São Paulo

Foto: Katarina Holanda

Aqui eu coloquei, cortesia do Bruno Passos, nosso bom e velho amigo pintor e ex-autor de estilo da casa, uma lista de museus na cidade de São Paulo passíveis de visitação.

  • Museu Catavento – Av. Mercúrio s/n – Brás. De terça a domingo das 9h às 17h.

  • MASP – Av. Paulista, 1578 – Bela Vista. De terça a domingo das 10h às 18h. Quinta até as 20h. Gratuito às terças e quartas.

  • Museu Lasar Segall – Rua Berta, 111 – Vila Mariana. De quarta a segunda das 11h às 19h. Gratuito.

  • Museu de Zoologia – Av. Nazaré, 481. Ipiranga. De quarta a domingo das 10h às 17h. Gratuito.

  • MAM – dentro do Parque Ibirapuera. De terça a domingo das 10h às 18h. R$7. Gratuito aos sábados.

  • MAC – Av. Pedro Álvares Cabral, 1301 – Ibirapuera. De terça a domingo das 10h às 21h. Gratuito.

  • Museu do Instituto Biológico – Av. Dr. Dante Pazzanese, 64. Vila Mariana. De terça a domingo das 9h às 16h. Gratuito

  • Instituto Butantan – Av. Vital Brasil, 1500 – Butantã. De terça a domingo das 9h às 16:45h.

  • Museu da Imigração – Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca. De terça a sábado das 9h às 17h. Domingo das 10h às 17h.

  • Pinacoteca – Praça da Luz, 2 – Luz. De quarta a segunda das 10h às 17:30. Gratuito aos sábados.

  • MIS – Av. Europa, 158 – Jd. Europa. De terça a sábado das 10h às 21h. Domingo das 10h às 18h. Gratuito às terças.

  • MUBE – Av. Europa, 218 – Jd. Europa. De terça à domingo das 10h às 18h. Gratuito.

  • Museu da Casa Brasileira – Av. Faria Lima, 2705 – Jd. Paulistano. De terça a domingo das 10h às 18h. Gratuito aos sábados, domingos e feriados.

  • Museu de Arte Sacra – Av. Tiradentes, 676 – Luz. De terça a domingo andas 10h às 17h. Gratuito aos sábados.

  • Museu do Futebol – Praça Charles Miler, s/n. Pacaembu. De terça a domingo das 9h às 17h. Gratuito às terças.

  • Museu Afro Brasil – dentro do Parque Ibirapuera. De terça a domingo das 10h às 17h. Gratuito aos sábados.

  • Memorial da Resistência – Largo Gal.Osório, 66 – Santa Ifigenia. De quarta à segunda das 10h às 17:30h. Gratuit

  • Museu da Energia – Al. Cleveland, 601 – Campos Elíseos. De terça a sábado das 10h às 17h. Gratuito.

  • Museu do Transporte – Av. Cruzeiro do Sul, 780. Canindé. De terça a domingo das 9h às 17h. Gratuito.

  • Museu Anchieta – Largo Páteo do Colégio, 2 – Sé. De terça a domingo das 9h as 17h. Gratuito.

  • Museu Penitenciário Paulista – Av. Zaki Narchi, 1207 – Carandiru. De segunda a sexta das 9h as 16h. Gratuito.

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Não mora em São Paulo?

Foto: Katarina Holanda

Recomendo fortemente que você pesquise os museus disponíveis na sua ou em cidades próximas, para fazer uma visita. Uma pequena viagem com amigos é uma das maneiras mais legais de se criar histórias e aprofundar conexões. É um esforço e pode ser complicado, mas se for possível, te garanto que vai valer a pena. 😉

* * *

Essa é a prática dessa Ignição. Já fico no aguardo dos relatos aqui embaixo.

Deixo também o convite, para quem quiser, para o nosso grupo do WhatsApp. Quem se interessar, pode me mandar um e-mail em luciano@papodehomem.com.br, com o título “QUERO ENTRAR PARA O GRUPO DA IGNIÇÃO”. É importantíssimo me contar a sua história e por que quer entrar para o grupo. 🙂

Todas as fotos desse post são da Katarina Holanda, cujo post sobre a Pinacoteca vale visitar.

Até daqui a duas semanas!

* * *

O que é a coluna Ignição?

Resumindo: queremos iniciar processos de transformação por meio de ações práticas.

Aqui no Papo de Homem temos trocentos textos filosofentos falando de tudo. Agora, vamos pra outra abordagem.

Menos papo, mais ação.

Você está perdido e não sabe o que fazer da vida? 

Aqui vamos oferecer um ponto de partida, ações simples que você possa usar como um aquecimento, que coloque seus "músculos" no ponto para você gradativamente começar a lidar com seus problemas de frente.

Como funciona?

De duas em duas semanas vamos sugerir ações práticas acessíveis, para que você possa sair da inércia.

Depois, publicamos mais um artigo para conversar sobre a prática. Pedimos que venham no artigo e relatem, em detalhes, como foi a experiência. Vale qualquer coisa, inclusive e principalmente, se der tudo errado, pois é nessas horas que a gente precisa de apoio e a coisa de termos uma comunidade mais vai fazer sentido. Nos colocando em movimento vamos começar a descobrir irmãos, amigos, enfim, parceiros de transformação.

Com o tempo, vamos cultivar uma rede de parceiros, dispostos a transformar suas vidas e também conversarem sobre o processo todo como uma forma de se incentivarem e se apoiarem. 

A Ignição é incrível, onde encontro os experimentos anteriores?

Muito fácil! Basta entrar na coleção Ignição.

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Luciano Ribeiro

Cantor, guitarrista, compositor e editor do PapodeHomem nas horas vagas. Você pode assistir no <a>Youtube</a>