Dessa vez o bate-papo não é sobre meio ambiente. Resolvi abrir “parênteses” nas nossas importantes questões ambientais para descontrair um pouco e falar de algo que faz a vida ficar mais saborosa: música.
E não me refiro a qualquer música e sim à música de macho. O problema é que quando toco nesse assunto, sai de baixo… rola até um mal humor. Para mim, apesar de entretenimento, música é coisa séria.
Então, para não ficar chateado vamos fazer o seguinte: se você gosta de mais de 50% das músicas que rolam na MTV – ainda passa video clip lá? – ou então das bandas de “rock” que tocam no rádio e nos programas de auditório, por favor pule para outro post, caso contrário vai ficar puto comigo.
Se você curte uma boa música brasileira, jazz, enfim, outros estilos que também são boa música, aposto que achará no mínimo interessante os links no final do post. O que me motivou a escrever foi o último show que assisti e lhes garanto que não foi o de nenhuma bandinha “FM”.
Quando: 22h, sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Local: Para os mais novos, Citibank Music Hall. Para mim e muitos outros que já viveram bons momentos naquele lugar: PALACE (forever). Não admito essa história de meu local de entretenimento ter nome de banco ou cartão de crédito (bad mood).
O que a música significa para alguém? Incrível que, mesmo após muitos anos assistindo a shows, quando estamos diante do início de um espetáculo do qual esperamos bons momentos, aquela ansiedade e tensão ainda persistem.
Quando as cortinas se abrem e aqueles caras que há muitos anos ouvimos e dos quais já presenciamos dois outros shows, dá aquele “frio” na barriga mais uma vez. Para mim e muitos outros simplesmente é a melhor música do mundo. Ouvir e tocar heavy metal é simplesmente tudo de bom. Simples assim.
Os caras foram entrando, um a um: primeiro o batera Petter Karlsson, depois o baixista Johan Niemann, o guitarrista Kristian Niemann, a vocalista mezzosoprano simpática, a soprano com cara de maluca, o tenor tranquilo, o baixo com cara de psicopata e, enfim, Christofer Johnsson, o líder da banda Suéca, THERION.
Christofer é o “faz tudo” da banda, mas às vezes tenho a impressão de que no palco ele só sobe para cumprir tabela. Não que ele não goste de estar lá, mas ele deixa a performance para os outros integrantes e limita-se a tocar sua guitarra fazendo as bases sempre muito pesadas das músicas, enquanto os outros executam as belíssimas composições escritas por ele.
Com temas muito relacionados à mitologia nórdica e repleta de orquestrações, essa banda desconhecida para a grande massa pop, já carimbou a chancela de LENDA na história do Heavy Metal, pois eles são simplesmente “irrotuláveis”, o que é muito difícil hoje em dia tratando-se de Heavy Metal.
A fusão entre o Rock e o Erudito não é nada recente, aliás, qualquer ser humano já ouviu Bohemian Rhapsody do Queen, mas a maneira com que o Therion funde os dois estilos é incrivelmente perfeita e diferente de qualquer coisa que já tenham feito por aí.
Os fãs e os paga-paus
Existe uma sutil diferença entre aqueles que realmente gostam do estilo e aqueles que gostam de fazer tipo. Sabe como é? Alguns somente entram na moda ou querem dar uma de rebelde e é muito difícil identificar os que costumávamos chamar de “paga-paus”. Eu sempre ouvi que gostava “dessas coisas” por ser novo. Muitos me disseram que essa paixão pelo Heavy Metal e pela guitarra iriam passar e às vezes eu até me imaginava no meu carro de tiozão com a filharada no banco de trás, a esposa do lado e o último disco do Roberto Carlos rolando no player.
Bem, felizmente isso não aconteceu comigo, mas realmente muitos conhecidos e companheiros de shows ou de banda cederam ao lado negro da força. Mas outros poucos não. Estão aí firmes e fortes! Claro que a parte da filharada, esposa, cachorro, gato e afins não é a parte ruim da coisa, ainda mais se eles também gostarem do negócio.
Particularmente eu adoro poder sair com minha esposa e ouvirmos os mesmos discos dentro do carro. Sensacional! A parte ruim seria o lance do Roberto Carlos ou o disco do Il Divo. Aliás, já ouviram isso? Conheci outro dia. São quatro tenores com um puta vozeirão, mas meu Deus! Que coisa brega! É tão piegas que só tem tiazinha no show dos caras. E não estou me referindo à Suzana Alves.
De qualquer forma, eu, que nunca usei corrente, calça de couro, piercing no mamilo ou tatuagem e nem nunca fiquei chacoalhando a cabeça que nem bobo em nenhum show, depois de muitos anos descobri que sou um dos que realmente gostam da coisa. Tá bom, tá bom, eu confesso: a tattoo eu só não fiz ainda porque não encontrei a identidade com o desenho. Mas podia ter sido “paga-pau” e ter feito qualquer coisa só pra me mostrar.
Um recado e um pedido
Respeite seu amigo metaleiro se você não é um. É meio inconveniente aquele povo que diz que o som que você ouve é barulhento e depois te convida pra ir numa balada techno… e ai de você se disser que aquela música sim que é um chute no saco e você odeia balada. Então, além de ouvir música barulhenta você é tachado de ser velho, chato e coisas do tipo. Ces´t la vie…
Não conhece o Therion?
Nem que seja só uma vez, recomendo:
O Fortuna (tenho certeza que conhece essa música. Já ouviu Carmina Burana?)
Enter Vril-Ya (arquivo .mp3)
Clavicula Nox (esse link é para um concerto do Therion com uma orquestra do leste europeu)
Espero que tenham apreciado o som. Um abraço e até a próxima oportunidade!
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.