Alô, moçada! (ler com a voz do Fernando Vanucci). Continuamos na missão de ajudá-los, certo?

Já falamos aqui sobre seis tipos de sapato social masculino pra todo homem saber usar, sobre 11 tipos de bota masculina pra todo homem saber usar, e hoje falaremos sobre tênis, chinelos e sandálias.

“Vai ter sandália franciscana, redação?”.

Vai ter muita! O preconceito não inundará nossos corações! Bem, inundará só um pouquinho, porque tem umas que é puxado!

Seguimos.

Como nos textos anteriores, nossa intenção será te auxiliar a se comunicar melhor por meio da vestimenta. Sem regras ou normas, apenas conselhos e informações.

Faremos isso no estilo Camila de redação: muita informação e um show de imagens! (Ler com a voz do Fernando Vanucci novamente).

Resumão dos quatro tipos de calçados que abordaremos neste texto:

1. Tênis

Tudo começou quando Charles Goodyear, em 1839, descobriu nos Estados Unidos um jeito de tornar a borracha imune às mudanças de temperatura. Esse processo – chamado "vulcanização" – passou a ser utilizado pela indústria de calçados e, se antes tínhamos sapatos de couro barulhentos na pisada, agora os novos pisantes quase não fazem barulho.

Daí o nome de "sneakers" (a expressão "sneak in", em inglês, significa entrar sem fazer barulho, silenciosamente).

A partir dos anos 50, ícones como James Dean e Elvis Presley popularizaram o tênis entre os jovens:

Hoje, as marcas oferecem tênis casuais (que, por via de regra, caracterizam-se por um solado plano de borracha, sem molas ou amortecimento) e esportivos (específicos para performance e treinamento, mas que também podem ser usados casualmente).

Abaixo alguns exemplos de tênis casuais:

E alguns exemplos de tênis esportivos:

Como usar

Seria o tênis um calçado sem limites?

A resposta é: não.

Para compreender porque achamos estranha a imagem acima, precisamos entender a origem das peças e como elas interagem combinadas.

Entende-se por "terno" um conjunto de calça, paletó e colete no mesmo tecido. A história do terno moderno, traje oficial de estadistas e homens de negócios "ocidentais" originou-se na França, na Versailles de Luis XIV, no século XVII. O ambiente era ainda mais formal que nas salas de reunião de grandes empresas.

Já o tênis, como falamos anteriormente, tem na sua essência a prática de esportes, cujo objetivo inicial era trazer mais conforto e melhor desempenho para os praticantes de atividade física.

Certo. Então, separando os itens usados no editorial e classificando entre formal e informal, temos:

Terno – formal;
Gravata – formal;
Lenço de bolso – formal;
Camisa lisa de alfaiataria – formal
Tênis esportivo e colorido – informal

O que aconteceu quando juntaram quatro itens formais e 1 bem informal? Deu ruim, né? A impressão é que alguma coisa está errada.

Peço que imaginem o rapaz acima indo tomar uma com os amigos. A primeira reação dos camaradas provavelmente seria: “velhão, por que você tá de terno?”.

Agora imagine esse mesmo cara indo para uma reunião de trabalho. Seus colegas  provavelmente perguntariam: “por que você tá de tênis?”.

Essas duas perguntas perduram, pois existe algo na vestimenta do rapaz que está destoando.

“Tá, mas acontece que eu sou um leitor sem limites, gostei da imagem, e quero usar tênis com terno desse jeito aí que está na imagem. Qual o problema?”.

A confiança é um ato de fé e dispensa raciocínio, meu amigo. Mas lembre-se: toda ação tem uma reação. É assim na moda, é assim na vida!

Então imaginemos o nosso leitor, vestindo seu terno cinza e seu New Balance verde "estralando", entrando na sala de reunião. O problema desta vestimenta, que pode não ser um problema para você, é que estará vestindo alguém de uma maneira que o inconsciente coletivo não espera. E esta ação poderá resultar em uma reação negativa, levantando algumas questões como:

— Ele se considera melhor que a gente?

— Por que ele está diferente?

— Deve ter alguma coisa na nossa maneira de se vestir que ele não gosta, por isso prefere estar de outra maneira.

— Ele está desdenhando da maneira com que nós nos vestimos, ele não respeita o que nós respeitamos.

“É, Camila, mas pensando assim nunca mudaremos nada”.

É muito importante que as mudanças, se você quer uma mudança, sejam feitas de maneira gradual, porque o mais nocivo neste caso é, exatamente, o choque inicial.

“Entendi. Mas nunca poderei usar tênis com uma roupa mais formal?”

Olhe com atenção a imagem abaixo:

Por mais que você olhe e não consiga se imaginar usando tal roupa, não dá para falar que o cara acima não está harmônico.

A calça é de alfaiataria, porém a camiseta básica propõe um contraste moderado. Temos também um discreto lenço de bolso para reforçar o aspecto social do blazer, que também se torna mais informal por ter o tecido diferente da calça. Por fim o tênis, símbolo casual que tem suas características amenizadas pela sobriedade da falta de detalhe e da cor única.

Sim, amigos, eu sei, é um morde e assopra sem fim, mas é exatamente esta sequência de contrastes que torna tal combinação algo viável. É como se toda peça tivesse uma parte oposta que a neutraliza.

Jovem, não sei se você se ligou, mas acaba de aprender como transitar entre formal e informal sem causar estranhamento nas pessoas ao redor.

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Nenhuma dica de moda superará o entendimento da lógica. Chegou o momento pelo qual todos esparavam: hora do show de imagens.

Separei as inspirações em 2 categorias:

  1. Casual arrumadão. “Minha mina quer que eu saia mais arrumado, mas só uso tênis” ou “tenho um churrasco. Com que roupa eu vou?”.

  2. Casual esportivão. “Tô tranquilo indo comprar o pão na padaria”.

Casual mais arrumado

Você gosta, né, de sair com uma mina toda bonitona, arrumada? E o que te faz pensar que a recíproca não é verdadeira? A gente seca cabelo, faz a unha, passa maquiagem, escolhe a dedo a roupa para encontrar com um… esculachado? Não dá.

Você não precisa mudar seu estilo! Mas tudo na vida pode ser aprimorado.

 

 

 

 

 

Casual mais esportivo

Você tá tranquilão, indo na padoca comer um prensado ou indo para a academia. Mas não precisa ir com roupa de cativeiro.

Algumas sugestões:

 

2. Alpargata

Sua origem é humilde e foi usada, primeiramente, por camponeses e infantaria, enquanto os ricos e poderosos usavam botas de couro ou chinelos de seda.

Na Guerra Civil Espanhola, os soldados catalães marcharam contra os exércitos fascistas usando alpargatas. Não era uma declaração de moda, o calçado só era mais barato do que as botas militares:

Quando os republicanos perderam a guerra e os fascistas chegaram ao poder, as identidades bascas e catalãs foram reprimidas. Durante esse período, líderes regionais e muitos outros espanhóis foram forçados a fugir do país.

A partir daí, as alpargatas (ou esparteña) viajaram longe. JFK, Salavador Dalí e alguns outros artistas foram fotografados usando o que ajudou a popularizar o calçado:

Fresca, confortável, rápida de colocar no pé e… barata!

Eu diria que as alpargatas tiram seu visual do lugar comum. Quando todo mundo espera por um tênis ou um chinelo, lá está você de alpargatas, todo meninão:

 

 

 

3. Sandálias e chinelos

Separamos este tópico em:

Papetes;
Franciscana e afins;
Chinelos.

 

Papetes

São calçados que seguem uma linha esportiva, por ter um solado reforçado, grosso e resistente. Também podem ser usadas em trilhas, pois absorvem o impacto da caminhada.

Para ilustrar nosso texto, selecionamos as sandálias birkenstock.

Em 1902, Konrad Birkenstock teve a genial ideia de criar uma palmilha curvilínea, à semelhança das próprias curvas do pé, numa sola de cortiça. A sola das Birkenstocks são modeladas para que o peso de corpo seja apoiado de modo uniforme pela da base do pé.

E essas birken aí, produção, dá para usar com bermuda ?

Opa, se dá:

E com jeans?

Dá também!

E sarja?

Por que não?!

E com terno, também fica bom?

Amigo, se isso passou pela sua cabeça, sugiro que releia esse texto

Franciscana e sandálias em geral

Adotadas por algumas ordens religiosas, como os frades franciscanos, as sandálias têm, como uma de suas origens, a pré-colombiana. Nos anos de 1960 ganharam popularidade na América do Norte graças a adoção como parte do estilo de vida do hippie.

É um ótimo jeito de parecer arrumado de modo casual:

 

Chinelos

Esse tipo de calçado, usado por muitos em todo o mundo, descende da sandália japonesa Zōri. A popularidade veio quando, após a Segunda Guerra Mundial, soldados retornaram aos Estados Unidos trazendo o calçado japonês na mala. A partir de 1960, se tornaram calçados de verão.

O uso de um chinelo parece bem óbvio para nós. Porém, por ser um item extremamente casual, a combinação dele com outros itens tão casuais quanto, só fará você parecer “largado”.

Abaixo comparação de dois usos diferentes deste calçado:

Na imagem da esquerda: quando utilizamos o chinelo com uma roupa muito folgada, o resultado final expressará casualidade em demasia (do tipo que foi passear do quarto para a cozinha).

Na imagem da direita: Adicionando acessórios, como relógio e bracelete (que nem sempre utilizamos dentro de casa), e também calça e blusa com modelagens mais ajustadas, teremos um contraponto a casualidade do chinelo, que permitirá que ele seja usado em ambientes externos sem problema algum.

Quando pensar em chinelos, lembre-se, o único erro a ser cometido é a “redundância”, ou seja, utilizar itens que reforcem a casualidade da vestimenta em excesso. Aqui outros exemplos:

 

 

E com este artigo chegamos ao fim de nossa sucinta, porém incrível, série sobre calçados!

Como diz meu editor, Jader: agora que temos a cama forrada, podemos ir adiante.

Pois bem. Nos próximos textos “Subiremos” para calças, bermudas, jaquetas e camisas, jantando tudo que tiver pela frente.

Você disse… Camisas?

Ah, e falando em camisas, não sei se é de conhecimento de todos, mas eu e o maridão Bruno Passos temos uma marca masculina chamada Conto Figueira e é com prazer que anuncio este jabá em forma de desconto parrudo pra vocês, leitores:

A partir de hoje, até o dia 26/11 estamos oferecendo um cupom de 50 reais de desconto na compra de qualquer peça do site!

Para utilizar, ao finalizar o pedido é só escrever CONTO50 no campo “cupom de desconto”.

Tem coisa bonita? Papai, tem demais.

Camila Simielli

Proprietária da marca masculina <a>Conto Figueira</a>."