Falar de Roger Waters é falar da história do rock. Como você deve saber, o britânico foi líder e principal compositor da lendária banda Pink Floyd até o ano de 1986, teve inúmeros sucessos e é universalmente reconhecido por suas famosas letras consideradas filosóficas, cheias de reflexões, e um tanto quanto pessimistas. Recentemente trouxe a sua turnê The Wall Live para o Brasil, e o PapodeHomem esteve lá.

E lá vamos nós

Felipe Ramos e eu fomos conferir esse puta show a convite da JEEP. É a quinta vez que Waters faz turnê no Brasil, sendo ele o único integrante do Pink Floyd a pisar em solo verde e amarelo. As outras vezes que ele apareceu por aqui foram em 2002, 2007, 2008 e 2011.

O espetáculo The Wall Live não é apenas um show de rock. Ele tem uma simbologia que remete a um grande marco histórico, a queda do Muro de Berlim, ocorrido em 1989. No ano de 1990, Waters fez o primeiro concerto para comemorar o fim da divisão entre as Alemanhas, e também para fins de solidariedade.

Eu – ainda mais eu, aquele cara vindo do interior do Rio Grande do Sul – fiquei emocionado ao ver o estádio lotado, com um número aproximado de 70 mil pessoas, todas empolgadas, olhando para o palco formado por um muro de mais de 130 metros de largura. Atravessando o palco, um muro de grandes tijolos brancos (onde o show inteiro era projetado) com apenas um espaço pequeno no meio, para a banda.

As luzes se apagam e o muro cenográfico dá vida a cores e imagens de guerra, bombas, vítimas e sofrimento. Nos primeiros minutos, Waters surge no palco. A galera vai à loucura quando um avião surge do nada e explode no muro, causando um show de fogos.

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E assim passaram-se músicas, surgiram bonecos, corais de crianças cantaram em coro: “Hey! Teacher! Leave us kids alone!” E, aos poucos, mais e mais tijolos iam sendo colocados no muro. De tijolo a tijolo, o muro foi se fechando e não se via mais nada além dele. Pouco antes do final, Waters se vestiu de ditador e atirou contra o público, enquanto um porco inflável flutuava.

No final, o muro é destruído, numa referência à queda do muro de Berlim. Música, catarse, política. Foi foda.

Que venha de novo.

Ah, então você não conseguiu ir?

Não tem problema. Achamos o show inteiro para você curtir aí mesmo no seu computador. Nem de longe é a mesma experiência, mas é melhor do que nada.

Setlist:

Slideshow Intro

I’m Spartacus

In The Flesh

The Thin Ice

Another Brick In The Wall Part 1

The Happiest Days Of Our Lives

Another Brick In The Wall Part 2

Mother

Goodbye Blue Sky

Empty Spaces

What Shall We Do Now

Young Lust

One Of My Turns

Don’t Leave Me Now

Another Brick In The Wall Part 3

The Last Few Bricks

Goodbye Cruel World

Hey You

Is There Anybody Out There

Nobody Home

Vera

Bring The Boys Back Home

Comfortably Numb

The Show Must Go On

In The Flesh

Run Like Hell

Waiting For The Worms

Stop/The Trial

Outside the Wall


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Roberto Del Grande

Menino selvagem, com raízes fortes e ideais inabaláveis. É o cara que tem os contatos que ninguém mais tem e que nem você mesmo sabe que precisa. Pra se contar faça chuva ou faça sol.