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“As pessoas normalmente se preocupam em ser bem aceitas no trabalho, em mostrar que é isso, que é aquilo, que é aquilo outro. Estar sempre em evidência, ser reconhecido. Isso tudo morre a partir do momento que você não tá mais lá. O máximo que vai acontecer é um: poxa, ele era um cara legal, né. A gente gostava dele. Um mês depois nem lembra que você existia.”

A fala que abre o vídeo do Caixa-Preta de Osmundo de Oliveira é forte, mas ainda menos potente quanto a história que viveu.

Com problemas relacionados ao excesso de peso, ele se submeteu a uma cirurgia bariátrica em 3 de janeiro de 2013. Graças a uma série de complicações como trombose, septissemia e problemas respiratórios, passou 21 dias na UTI correndo risco de morte. Só sairia do hospital, com alta, em 31 de dezembro daquele ano.

Com um ano entre internações e cirurgias, Osmundo teve tempo para reavaliar sua vida enquanto lutava por ela em um leito de hospital.

Antes, era alguém que estava acostumado a se dedicar ao trabalho a ponto de só ver a filha acordada aos finais de semana. Ali, teve de encarar de frente receios como não ter a chance de ver a filha se formar ou testemunhar o nascimento de seu neto.

Percebeu que, se tivesse a chance de um recomeço, gostaria de encarar suas escolhas de uma maneira diferente.

“Antigamente, uma coisa que a maioria dos homens tinham é que tinha que trabalhar, sustentar a família, e por a família, em termos do dia a dia, em segundo ou terceiro plano. O que me ensinou todo esse processo é que o que vem primeiro de tudo é a família. O resto é o resto.”

Acho incrível que alguém como Osmundo se abra e divida conosco uma história como essa. Dessa vez, especialmente, gostaria de agradecer também à Luiza de Castro, filha de Osmundo. Luiza já foi videomaker do Papo de Homem, foi uma das diretoras do nosso documentário “Precisamos falar com os homens?” e agora é sócia da produtora Fictícia Filmes, que grava e editar os nossos Caixa-pretas.

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A generosidade dos dois em abrir uma história tão pessoal e profunda quanto essa nos dá uma oportunidade de ouro: reavaliarmos a maneira como utilizamos nosso tempo desde já, sem precisar passar por uma situação de vida ou morte para aprendermos a nos dedicar ao que realmente importa para cada um de nós.

Eu vou ali começar agora.

Mecenas: Natura Homem

Natura Homem acredita que existem tantas maneiras de exercer as masculinidades quanto o número de homens que existem no mundo. Ouvindo histórias como essa, de Osmundo, temos a chance de aprender uns com os outros e reavaliar nossos jeitos de ser e estar no mundo.

Seja homem? Seja você. Por inteiro.

Natura Homem celebra todas as maneiras de ser homem.

Ismael dos Anjos

Ismael dos Anjos é mineiro, jornalista e fotógrafo. Acredita que uma boa história, não importa o formato escolhido, tem o poder de fomentar diálogos, humanizar, provocar empatia, educar, inspirar e fazer das pessoas protagonistas de suas próprias narrativas. Siga-o no <a>Instagram</a>."