Nicholas era…
Mais velho que o pecado, e sua barba não podia ser mais branca. Ele queria morrer.
Os pequenos nativos das cavernas do Ártico não falavam sua língua, mas conversavam na sua própria linguagem estranha, conduziam rituais incompreensíveis, quando não estavam trabalhando nas suas fábricas.
Uma vez por ano eles o forçavam, entre soluços e protestos, na Noite Interminável. Durante a jornada, ele deveria ir até cada criança do mundo e deixar um dos presentes invisíveis dos anões ao lado de suas camas. As crianças dormiam, congeladas no tempo.
Ele invejava Prometeu e Loki, Sísifo e Judas. Sua punição era mais dura.
Ho.
Ho.
Ho.
— "Nicholas was…", poesia do escritor Neil Gaiman, publicada na obra Smoke and Mirrors, de 1998.
Feliz Natal.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.