O fim de um relacionamento é um daqueles momentos que você não sai anunciando por aí nem constam no seu currículo, mas pode ser tão ou mais marcante para uma pessoa do que a formatura na faculdade ou o primeiro emprego.
A diferença é que dói. Ao invés de ser um marco importante de um rumo que você deu para a sua vida, o término é o ponto de partida para uma outra vida, ainda sem rumo.
Eu não estava saindo de casa, exceto para passear com o cachorro (…). O primeiro movimento foi me fechar muito. Os amigos precisam ficar insistindo pra fazer alguma coisa nem que fosse ir até a esquina sentar em um bar por meia hora. Eu também não estava tão feliz no trabalho, tinha umas questões práticas que eu precisava resolver, como mudar de casa. Essa sensação de ficar sem chão não foi uma questão específica do relacionamento. Foi eu ver que toda a minha vivência em São Paulo tava atrelada a uma vivência junto com uma pessoa e que eu não sabia mais o que eu era.
As falas acima são do Otávio Cohen, jornalista e nosso entrevistado do Caixa-preta dessa semana, mas poderiam ser ditas por qualquer um que já enfrentou um fim de namoro ou casamento marcante.
Depois de uma fase conturbada, ele se apoiou em duas perguntas recorrentes para se reerguer: “Por quê?” e “Por quê não?”.
Questionar a si mesmo e a seus hábitos o fez reavaliar um monte coisas, como emprego, sexualidade e autoestima. Trocou o emprego na revista dos seus sonhos por duas vezes até se encontrar como freelancer, se entendeu como bissexual depois de se abrir a novas vivências depois de um desses “por que não?” e, para enfrentar sua timidez, criou um tumblr de fotos nuas que o levou a se expor e mudar as noções que tinha sobre seu corpo e a autoestima.
“Aquele momento de caos era também o momento de eu me redescobrir”.
Essa foi a experiência do Otávio. E para você? Algum fim de namoro ou relacionamento já foi tão marcante a ponto de fazer você repensar sua vida?
Como foi? O que mudou? Seguimos a conversa nos comentários.
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Para ler mais sobre o tema:
Por que um homem muda radicalmente depois de uma rejeição amorosa?, por Frederico Mattos;
A fossa é um sentimento sacana, história em quadrinhos por Ismael dos Anjos e Felipe Franco;
19 músicas para quem está na fossa (e ainda não quer sair dela), escrito pela Carol Rocha;
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