No contato com o livro Mente zen, mente de principiante, desenvolvo pouco a pouco uma admiração cada vez maior pelos ensinamentos de Shunryu Suzuki. A tirinha acima ilustra uma das falas desse grande mestre (veja aqui outras tirinhas).
Em nosso cotidiano somos cobrados a sermos eficientes e produtivos. Alcançar, conquistar, não perder tempo. O presente não está bom, o futuro vai ser melhor. Se você não está correndo atrás de um objetivo, não está fazendo do jeito certo e por aí vai… Com o tempo, desse esforço vem estresse, doenças, depressão.
Ao contrário dessa corrente, Suzuki (e junto com ele várias linhagens de mestres, há séculos) sugere — pasme! — que o lugar onde estamos é o lugar certo para estar neste momento. Não há nada para alcançar nem conquistar. Nós já temos o que é mais importante, apenas precisamos reconhecer isso. A forma de perceber isso é a meditação, o zazen. A instrução do zazen é “apenas sentar”. Quem senta para meditar com a ideia de alcançar um objetivo logo se cansa e se frustra.
Suzuki diz:
“Há pessoas que perguntam o que significa praticar zazen sem idéia de ganho, que tipo de esforço é necessário para essa prática. A resposta é: esforço para libertar nossa prática de tudo o que estiver demais.”
No budismo há a imagem da Lua refletida em um lago para falar da natureza de Buda presente em nós. Todos nós temos a natureza de buda, ela está lá, sempre presente e disponível a todos como a luz da Lua. Nós somos como lagos refletindo essa Lua, sem esforço.
Inscreva-se na oficina “Desbloqueio do desenho” em São Paulo
Queria aproveitar e convidar os leitores e leitoras para o próximo encontro da oficina “Desbloqueio do desenho”, que conduzo com a Eliza Mania, para quem deseja começar a desenhar e trabalhar com a criatividade. Vai rolar 6 de junho, sábado, na Laboriosa 89, na Vila Madalena, em São Paulo.
Vamos trabalhar com a ideia de que desenhar é uma habilidade que se aprende e se desenvolve com a prática. Ao contrário do que se pode imaginar, a dificuldade não é uma questão de habilidade motora mas está ligada com a forma como enxergamos as coisas ao nosso redor. Aprender a desenhar é também aprender a ver.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.