Falta aventura na casa. Temos papo demais, ação de menos.
Chô contar uma história sobre um certo sujeito.
Em 1490 nasceu em terras espanholas um filho-da-puta chamado Álvar Núñez Cabeza de Vaca. O sobrenome Cabeza de Vaca veio de seu antepassado igualmente durão Martin Alhaja, figura crucial numa batalha vencida por meio do uso de uma passagem secreta e de uma complexa sinalização feita usando uma… cabeça de vaca.
Álvar se tornou caballero(soldado) aos 15 anos. Condecorado por bravura aos 22. Se aposentou da carreira militar aos 37 e foi tentar a sorte no Novo Mundo – leia-se, Flórida -, junto a uma expedição de seiscentos homens. Para seu infortúnio, o comandante era o bola murcha Narváez, responsável por direcionar a expedição para todo tipo de merda. Em pouco tempo se perderam, tiveram as embarcações inutilizadas e foram perseguidos, capturados, mortos e, alguns sortudos, escravizados por tribos indígenas. Dentre os quatro sobreviventes, estava Cabeza de Vaca. Homem sagaz, optou por fugir com os companheiros para a Cidade do México e depois retornar à Espanha.
Não satisfeito, retornou ao Novo Mundo, explorando novos territórios – leia-se, Texas e adjacências. Aproveitou para atuar como mercador negociando somas vultuosas de especiarias com as mesmas tribos que haviam capturado e escravizado seus colegas menos hábeis.
Corta. Foi eleito governador da província do Rio da Prata. Desembarcou em Santa Catarina com 250 homens e 6 cavalos. Foi o primeiro europeu a seguir o Rio Paraguai e ver as cataratas do Iguaçu. Ao que se diz, passou pelo Monte Crista, como outros aqui da casa já fizeram. Enfrentou mais algumas batalhas e dificuldades, se tornou curandeiro, dominou territórios…apenas mais do usual em sua vida.
De volta à Espanha, relatou suas aventuras ao rei e se tornou escritor ao publicar o espetacular “Naufrágios e comentários“.
Morreu feliz em Sevilla, aos 70 anos.
Uau. É disso que estamos falando, histórias de nos arrepiar as entranhas.
Portanto, decidimos abrir novo espaço, a ser conhecido pela alcunha “Na estrada“. Queremos publicar relatos viscerais dos mais árduos percalços. No meio da mata, em locais inóspitos, locais próximos, montanhas, oceanos, lagos, no asfalto, na terra, no ar. Expedições planejadas ou obstáculos imprevistos. Todos valem.
Inspiração?
O melhor relato será publicado na sexta, dia 3. Além disso, leva pra casa duas mochilas da Nordweg (R$729 cada) como presente, por conta do Dia dos Pais – uma para o pai, outra para o filho(a):
O segundo e o terceiro melhor relato levam uma dupla de carteiras de couro exclusivas também fabricadas pela Nordweg, para iPhone (R$100 cada):
Os critérios para escolhermos as melhores aventuras passam por visceralidade, fator “putaqueopariu”, riqueza de detalhes, boa escrita e belas fotos ou vídeos pra enriquecer. Autores novatos, leiam isso com atenção.
Exemplos:
Enviem seus textos e fotos/vídeos para posts@papodehomem.com.br até primeiro de agosto, à meia noite.
Nos vemos na estrada.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.