Há um tempo atrás deixei por aqui a sugestão de dois músicos de quem gosto demais: Atahualpa Yupanqui e John Fahey. E nos comentários destes posts apareceram algumas ótimas ideias para indicações futuras. Entre elas, alguém muito apropriadamente mencionou Mark Sandman.
Pois bem, era uma vez na década de 90 uma banda chamada Morphine, composta por três caras: Mark Sandman, tocando com o slide um baixo de duas cordas, Dana Colley, tocando um saxofone barítono (ás vezes junto com um soprano ou um tenor, de uma só vez), e Jerome Deupree ou Billy Conway alternando a direção da bateria.
Paraí, baixo de duas cordas e slide, sax e bateria? Sem guitarra? “What the fuck is that?”, diria o Josh Homme. Uma combinação bem inesperada pra uma banda de rock, que acabaria soando diferente de qualquer coisa tocada até então. E na completa falta de uma categoria musical onde se enquadrar, o trio acaba cunhando um novo estilo, o Low Rock.
Se você ainda não conhece a música destes senhores, sugiro aqui os primeiros passos – de preferência com bons fones e em bom volume, há um mundo de texturas e detalhes aí:
A banda, criada em 1998, se desfez em 1999, quando Mark Sandman sofreu um ataque cardíaco fatal no meio de uma apresentação na Itália. Morreu aos 46 anos, não sem cravar na história da música um legado digno de reverência.
Se você gostou do que ouviu, pode se interessar também pelo documentário “Cure For Pain – The Mark Sandman Story”, que conta um tanto do seu trajeto com a banda. Bem interessante ouvir as falas de caras tão conhecidos como Ben Harper, John Medeski, Les Claypool (Primus), Mike Watt (The Stooges) e Josh Homme (Queens of the Stone Age), e saber da sua admiração.
Se quiser ir adiante, há uma bela discografia a ser apreciada, e mais algumas bandas e projetos que tem mantido bem viva a memória de Sandman – entre o pouco que conheço, indico Monique Ortiz (A.K.A.C.O.D. e Bourbon Princess) e Twinemen.
E por aí, que outras bandas e músicos bons e meio obscuros vocês conhecem e gostariam de indicar também?
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