Mulher que não usa véu está liberada para ser estuprada. Esta é a mensagem que as autoridades do Irã passam diante da onda de estupros coletivos no país. A polícia não investiga os crimes e afirma explicitamente que a responsabilidade é das próprias vítimas.

Na visão das autoridades, as mulheres que não usam o véu incitam o estupro. Como se não bastasse o descaso diante dos crimes de abuso sexual, a polícia passa a investigar as famílias das vítimas. Além de estupradas, são vistas como culpadas.

Bem que Marjane Satrapi, autora de Persépolis, poderia liderar a marcha das vagabundas, né?

Veja o que diz a BBC de um dos casos:

Na noite de 24 de maio, duas famílias do subúrbio de Khomeinishahr convidaram amigos para uma festa. No total, 14 pessoas se reuniram no evento, realizado em um jardim cercado de muros.
Relatos da imprensa dão conta de que um grupo com mais de 12 homens armados com facas entraram no jardim, trancaram alguns homens dentro de um quarto e amarraram outros a árvores.
As mulheres –incluindo uma em estágio avançado de gravidez, segundo os relatos– foram levadas a uma propriedade adjacente e estupradas. (Fonte: Folha de S.Paulo)

Pessoalmente, acho que o Brasil deveria demonstrar seu repúdio e exigir a organização de uma longa e competente Slutwalk na antiga Pérsia. Mais que isso, creio que devemos rever nossos próprios valores. Afinal, guardadas as devidas proporções, não há muita diferença entre o caso no Irã e o episódio já esquecido de Geisy Arruda. Ou há?

Daniel Bender

Jornalista, Diretor de E-commerce e Caçador de Descontos no <a>1001 Cupom de Descontos</a>. Sempre disponível para conversar no boteco. "

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