É imoral comemorar o dia dos namorados do jeito que temos feito — presentes, jantares, flores, motel… Tudo embrulhado com romantismo.
Ora, ao fazê-lo, reificamos pelo menos duas das mentalidades mais danosas desse tempo: o consumismo (atrelamos também a relação a um padrão de consumo e de mercado) e a glamourização e idealização romântica dos relacionamentos amorosos.
Claro, celebrar não é o problema, de forma alguma. E boto fé que celebrar de um jeito esperto pode ser bem mais benéfico pra cultura (e para as relações) do que simplesmente negar e xingar o dia dos namorados, as datas comerciais e o consumismo, o mito do amor romântico, os processos de glamourização…
Agora, note que curioso: já não é fácil imaginar como seria uma celebração do dia dos namorados que não envolvesse algum tipo de consumo especial e romantismo. Essa dificuldade para visualizar alternativas é a própria evidência do quanto estamos bem encaixotados.
Mais:
E uma proposta de ativismo: que tal usarmos os comentários para compartilhar boas ideias de celebração das relacões?
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Nota dos editores: esse é um post despretensioso, um formato rápido com o qual pretendemos experimentar para compartilhar com vocês ideias e recomendações que valem sua atenção.
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