Em um mundo onde as câmeras que cabem no bolso são tão mainstream que já há cursos de fotografia exclusivos para quem só vai tirar fotos com iPhone, é surpreendente ver o fotógrafo Dennis Manarchy construindo uma câmera que não cabe em nenhum dos cômodos do meu apartamento.
Depois de se apaixonar por pinturas enormes e extremamente detalhistas de rostos, Manarchy (que tem o sobrenome mais badass que eu já li nos últimos tempos, uma mistura das palavras “Man” e “Anarchy”) resolveu tirar as maiores e mais detalhadas fotos que fossem possíveis.
Construiu esse protótipo de sua câmera gigante para testar:
Os negativos produzidos por essa câmera mediam quase 2 metros quadrados. Em vez de serem mergulhados no composto químico para revelação, eles precisaram ser banhados. Uma janela real precisou ser usada como lightbox. Não há espaço para erros. Somente uma foto pode ser tirada de cada vez. O resultado são imagens com cerca de 7 metros de comprimento.
Mas isso não foi o bastante. Ao ver fotos tão grandes e tão animalmente detalhadas — é possível se aproximar bem e ver cada fio dos cílios de uma pessoa desde a raiz –, Manarchy pensou no que exatamente ele queria fotografar com esse superpoder. Então decidiu criar um projeto chamado “Vanishing Cultures” (“Culturas em Desaparecimento”).
A ideia é montar uma câmera ainda maior, que ocuparia toda a traseira de um caminhão, e aproveitar o fato dela ser móvel para levá-la para fotografar representantes de diversas culturas que o tempo está apagando: veteranos da segunda guerra mundial, tribos de americanos nativos, sobreviventes do Holocausto, comunidades rurais afastadas da civilização.
O fotógrafo está arrecadando fundos para a construção dessa câmera gigante, e pretende mostrar as fotos resultantes em uma exposição itinerante. Como a maior parte das galerias de arte não é grande o suficiente para as suas fotos, ele pretende usar estádios esportivos.
Enquanto isso, a gente se diverte com o Instagram.
Link Vimeo | Dennis Manarchy apresentando seu trabalho
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