É uma sensação muito boa. Chegar em casa e ter uma caixa te esperando. Uma encomenda, algo que tu comprou pela internet há alguns dias ou semanas e só chegou agora. Talvez tu nem lembre mais o que era, ou talvez já nem tenha unhas intactas de tanta ansiedade, mas de qualquer jeito é uma sensação muito boa.
Você chega em casa, abre a fita adesiva, tira aquilo da caixa. Algo que tu não tinha antes, agora tem. A magia do consumismo aquecendo seu coração.
Isso sempre foi alegria o suficiente para mim. Mas não para o programador Darius Kazemi.
Uma festa supresa para si mesmo
Programadores têm o superpoder de controlar computadores em seu nível mais fundamental. Com um pouco de criatividade, isso significa alterar o que é possível na própria vida real.
O conceito de uma festa surpresa para si mesmo é absurdo, já que obviamente não temos a capacidade de fazer algo sem saber que estamos fazendo aquilo. Logo, nunca seria uma surpresa.
Mas o que o amigo Kazemi fez é bem isso.
Ele programou um script que entra na Amazon.com e compra algo, sozinho. De início, ele quis fazer algo que visse o histórico de compras e a lista de desejos dele, então escolhesse algum produto dali, mas acabou se decidindo pela aleatoriedade. A Amazon é a maior loja online do mundo, com absolutamente todo tipo de coisa legal em estoque, e o script escolhe algo aleatoriamente. Compra. E ele recebe.
Imagina que coisa linda. Chegar em casa e ter alguma encomenda pra você, que você mesmo comprou, mas que você não faz a menor ideia do que possa ser! Será um CD? Um livro? Um pano de prato? Um pôster de algo que você nem conhece? Uma furadeira? Uma capinha de iPhone?
A única, e bem necessária, limitação do script é o preço: todo mês o cara coloca 50 dólares de crédito na conta do seu “experimento”. O item é escolhido aleatoriamente, mas só é comprado se estiver dentro do orçamento.
No Tumblr Random Shopper ele dá mais detalhes do “projeto” e se comprometeu a escrever sobre os itens que receber. Esta, aliás, é uma das partes mais interessantes: ele realmente usa/assiste/lê/analisa as suas compras, e geralmente tira conclusões bastante inteligentes e perspicazes sobre suas aquisições aleatórias.
Eu achei a ideia genial. Aos que o criticam por jogar dinheiro fora, ele se defende talvez da única forma realmente possível: “é arte”. Há quem gaste 50 dólares por mês em pincéis, tintas e telas. Ele gasta com isso.
E quem vai dizer que está errado?
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