Lembro que quando era pequena e me perguntavam o que eu ia ser quando crescer, falava com toda certeza: publicitária! Eu ouvia tanto meus pais e professores falando que o problema do mundo era a mídia que logo pensava “se esse negócio de mídia é tão poderoso então temos que ter pessoas que façam bom uso dela”.
Felizmente acabei virando videomaker, o que me proporcionou não só descobrir histórias incríveis de diferentes tipos de pessoas, mas também ter ferramentas para contá-las. Isso me encantou muito.
Afinal, quem nunca quis sair da inércia do acordar/trabalhar/dormir para realizar algo significativo na vida? Ter uma ocupação que faça a diferença no mundo? Ou, como o Luminiero falou na entrevista para outro vídeo do Caixa Preta, deixar de ser distraído e poder realizar algo que genuinamente te preencha?
Esse quarto episódio da nossa série de relatos masculinos foi um pouco disso (venha por aqui pra assistir os outros episódios).
Conversamos com o Ismael dos Anjos, jornalista e fotógrafo, que nos contou como tem usado sua profissão para poder suscitar conversas e não deixar assuntos importantes morrerem.
Uma de suas experiências mais marcantes nesse sentido foi acompanhar de perto os desdobramentos do crime ambiental ocorrido em Mariana, em 2015. Ele e a jornalista Nina Neves percorreram a área atingida de Bento Rodrigues à Regência e, entre outras publicações, fizeram uma série de textos para o PapodeHomem que compõem a Expedição Rio Doce.
Você consegue imaginar todas as suas opções de vida serem negadas? As suas e de toda a sua família?
Ele compartilhou histórias e olhares a respeito disso que não foram difundidos na grande mídia, fazendo do jornalismo e da fotografia ferramentas importantes na construção da memória histórica.
E esse vídeo foi forte pra mim por dois motivos.
Primeiro porque já passei por diversas crises em relação à minha profissão, achando que ela não tinha significado e eu estava sendo uma espécie de zumbi no mundo. E segundo, por toda a auto-reflexão que escutar as histórias das pessoas afetadas pelo ocorrido em Mariana gera.
E pra você? Temos um papel diante de tragédias? Nossa profissão pode atuar de que forma? Vem assistir e me conta na caixa de comentários quais foram suas impressões.
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Você conhece homens com histórias que poderiam virar relatos do Caixa Preta? Conta pra gente!
Não é de hoje que o PdH quer construir uma relação aberta e de colaboração com a comunidade. Pensando nisso, e buscando aumentar o alcance de relatos, nós queremos sua ajuda nesse projeto. Com certeza você convive com diversos homens que carregam vivências construtivas. Não seria incrível se essas histórias pudessem ser compartilhadas com mais pessoas?
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Vamos juntos?
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Caixa Preta é uma série de relatos em primeira pessoa, na qual homens quebram o silêncio e discutem momentos importantes de suas vidas ou do masculino. Sai toda quinta, aqui no portal e em nosso canal no YouTube.
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