Na última quinta-feira, o cartunista sírio antirregime Ali Ferzat foi sequestrado, espancado e teve suas mãos propositalmente quebradas por ativistas e representantes de forças de segurança do governo Bashar Assad. Os agressores agiram de tal forma para que o artista “nunca mais voltasse a desenhar sobre a liberdade”.

Governo sírio: contra todos que lutam pela liberdade

Ali Ferzat tem 60 anos e uma carreira brilhante. É um dos mais influentes cartunistas do planeta, presidente da Associação dos Cartunistas Árabes e grande historiador gráfico engajado em satirizar a hipocrisia dos líderes árabes e as injustiças com que os povos do Oriente Médio convivem. Um dos famosos cartuns de Ferzat é, ironicamente, o retrato do que Bashar Assad gostaria de encontrar na cabeça de seus artistas: nada.

Cabeça vazia é oficina do diabo e de qualquer ditadura.

Felizmente, a cabeça de Ali Ferzat continua cheia de ideias. E suas mãos, apesar de quebradas, continuam exprimindo com inteligência e sutileza a revolta de seu povo. Vejam a resposta que ele acabou de desenhar para os seus agressores.

Lembrei-me do bom e velho ditado latim, que ainda pretendo tatuar nessa minha testa de cartunista:

“Ridendo Castigat Mores” (Com o riso, castigam-se os costumes.)

Para a ocasião cai como uma luva.

Pryscila Vieira

Cartunista que sonhava ser Athina Onassis com o corpo de Pamela Anderson, mas acabou criando Amely, uma boneca inflável que vem com graves erros de fabricação. Amely é publicada na <a>FSP</a> e no <a href="http://www.sextoy.com.br/">Sextoy</a>. Conheça mais de Pryscila em <a href="http://www.pryscila.com.br">pryscila.com.br</a>."

Leia também  Como a cerveja salvou o mundo?