Inspirado pelo post sobre as Summer Tapes, resolvi dar continuidade e falar um pouco das fitas de thrash que eu gravava. Na verdade, em Rio Claro, o thrash metal não chegava em larga escala. Nem em boa escala. Por isso, na época eu ouvia poucas bandas e nem sempre seus melhores discos.
Aproveitando a amplitude e as possibilidades da internet, vou soltar uma lista com algumas músicas matadoras. Verdadeiros clássicos estabelecidos do “pesado” e algumas saborosas surpresas. Não vou me restringir a um estilo, mas pode-se identificar um fio condutor entre os sons. Vamos lá.
Metallica | “Battery”
Não dá para não abrir a lista com outra música senão essa. Metallica praticamente inventou o thrash metal e Master of Puppets é a sua bíblia. “Battery” abre o disco. Mesmo passados tantos anos, não há como se arrepiar. Imagina em 1986!
Pantera | “I’m Broken”
Foi muito difícil escolher alguma música desses caras. O Pantera fazia um peso literal e cru. Intragável como tomar uma sapatada na cara logo pela manhã. Dimebag Darrel é uma das guitarras mais criativas da música. Escolhi “I’m Broken” por resumir bem a banda: energia e peso.
Slayer | “Angel of Death”
Para completar a tríade sagrada do peso, chega a vez do Slayer. Seu líder, Tom Araya anda mal de saúde e desenvolveu uma contusão crônica no pescoço. Não é de se estranhar, já que é quase impossível não bater cabeça com “Angel of Death”.
Sepultura | “Arise”
Esse grupo mineiro é transcendental. Conseguiu sucesso e respeito em um campo dominado por gringos, em uma era distante da internet. É realmente uma pena que os irmãos Cavalera se separaram do Paulo e do Andreas. Sem palavras. Épico.
Claustrofobia | “War Stomp”
Continuando pelo Brasil, honrando a herança deixada pelo Sepultura, temos o Claustrofobia. Em 2009, os rapazes da Zona Norte de São Paulo lançaram I See Red, segundo álbum do quarteto. Os irmãos D’Angelos são graduados e mestrados em Música. Literalmente.
Dorsal Atlântica | “Guerrilha”
O Dorsal é uma das bandas mais dignas e genuínas do país entre todos os estilos. Lutadores, sobreviveram no underground durante os anos 1980, fazendo thrash em português. No Phillips Monsters of Rock de 1998, um abaixo-assinado de 40 mil assinaturas garantiu o trio no festival. Muito honesto. Muito foda.
Mantic Ritual | “One by One”
Molecada firmeza que leva um thrash revigorante. O Mantic Ritual faz parte da nova onda de revitalização do estilo. Uma surpresa bem agradável que remete a baía de São Francisco no começo dos anos 80. Mostrando que rock pauleira também pode ser divertido.
Slipknot | “Left Behind”
Tudo bem, eles estão na moda. No entanto, fiquei curioso quando em entrevista um de seus integrantes disse que só gravavam a música se ela os fizesse vomitar. Marketing ou não, os rapazes de Iowa fazem um som pesado e melódico. Uma fina arte esquecida pelo rock em geral.
Infectous Groove | “Therapy”
Aqui está uma banda que vale muito a pena ouvir. Misturar funk (mesmo) com metal é bem dificíl. Só um bem bolado de Suicidal Tendencies, Jane’s Addiction e Ozzy Osbourne para conseguir um bom resultado. O Infectous Groove merecia mais holofotes.
Megadeth | “Train of Consequences”
Dave Mustaine é um bicho esquisito. Meio magoado com o Metallica e dono de sua própria blend de café, o frontman conseguiu montar uma carreira respeitável com boas canções. Pepeu Gomes foi convidado para integrar o Megadeth, mas “Train of Consequences” vai ficar sem o swing do baiano.
Por enquanto é isso. Na próxima, volto com um pouco mais sobre três acordes, cabelos espetados (ou não), rebeldia e moda.
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