Foi revolucionário.
No meio dos anos 80, uma marca de calça jeans colocou na televisão (lembrem-se que não havia internet e a TV era um meio de comunicação ainda mais potente do que hoje) um comercial em que um cara jovem entra na lavanderia para lavar suas roupas e fica só de cuecas.
Ele é boa pinta, ele é livre, está no embalo do sonho americano. Ele só tem um par de jeans para usar. É o jeans clássico, parrudo, viril. E lá estava o cara, de samba-canção, deixando meninas com calor e tiozões em estado de desconforto. Era demais.
As vendas das calças subiram vertiginosamente. Foi algo absurdo.
Hoje, mesmo que não com o mesmo impacto cultural (não é um vídeo de massa como um comercial televisivo dos anos 80), mas um gosto ainda maior.
A revista Monster Children (que é distribuída nos Estados Unidos e Austrália) fez um vídeo com a Matilda Price para a sua edição 40.
O vídeo? Uma mulher que chega na lavanderia, coloca suas peças de roupas no lavador de roupas e, também, a camiseta que está usando.
Uma diferença crucial ainda me entristece: a loja está vazia.
Por que diabos uma mulher não poderia fazer o mesmo? Descolada, linda, livre e vivendo um anacrônico sonho americano?
Ainda assim, um belo e rápido vídeo. Toda a liberdade desse mundo pra Matilde. Que ela ainda possa lavar sua camiseta recém saída do corpo em muitas lavanderias ao redor do mundo.
Boa semana a todos.
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