Uma princesa britânica é sequestrada e os seus captores tem somente uma única exigência: que o primeiro-ministro faça sexo com uma porca, ao vivo, em rede nacional. Senão, ela morre. Assim começa o primeiro episódio (“The national anthem”) da minissérie Black mirror, exibido nesse domingo no Reino Unido.
Link YouTube | Trailer da minissérie Black mirror.
O roteiro é de Charlie Brooker, não muito conhecido no Brasil, mas um dos mais mordazes e cínicos observadores da mídia. Para vocês terem uma ideia de quem é, ele protagonizou esse vídeo simplesmente genial “How to report the news“:
Link YouTube | “How to report the news”, de Charlie Brooker.
Além disso, ele também escreveu a minissérie Dead Set, exibida pelo Multishow em 2009. A premissa é simples mas também genial: uma epidemia de zumbis, vista através… do Big Brother! De repente, ao invés de serem observados pelo mundo, são os participantes do programa que, de dentro da casa isolada, assistem o mundo acabar e precisam se defender.
Para ficar ainda melhor, os equivalentes britânicos do Pedro Bial e da Glória Maria interpretam a si mesmos. Sem dúvida, o único filme que zumbi que é realmente bom, original, ousado.
Link YouTube | Trailer de “Dead set”, de Charlie Brooker.
Pois bem. Em Black mirror, Brooker cria uma nova obra-prima. Por enquanto, só o primeiro episódio foi exibido. O segundo e o terceiro devem ser independentes mas seguir a mesma linha. Ou seja, crítica feroz da mídia tradicional, das mídias sociais e, claro, de nós todos, que possibilitamos a existência do circo.
Os personagens mais importantes de Black mirror são não apenas o twitter, o you tube e o facebook, mas todos nós que os alimentamos com nossas vidas, com nosso tempo, com nossa atenção.
Afirmo sem exagero: o primeiro episódio foi talvez o melhor filme que assisti esse ano. Sabe-se lá quando vai passar no Brasil. Então, paradoxicamente, nos resta baixá-lo pela internet (link aqui) ou vê-lo pelo you tube, abaixo:
Link YouTube | “The National Anthem”, primeiro episódio de Black mirror, completo.
Estou esperando ansiosamente pelo segundo episódio.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.