Estamos há um tempo escrevendo sobre Moda e como a maneira com que você se veste envia uma mensagem.
Pois bem.
Agora refletiremos sobre outro ângulo:
Seria a vestimenta capaz de mudar o estado de espírito do usuário e ajudá-lo a potencializar habilidades?
Chegou a hora, meu nobre truta, de entendermos, literalmente, a ciência por trás do vestuário.
E foi então que lembrei daquele conselho clássico de amigo pós fossa:
“Sai dessa cama, coloca uma roupa que você vai se sentir melhor.”
Partindo desta frase, resolvi dar vida ao Sherlock em mim e buscar estudos relacionados à vestimenta e à maneira com que ela influencia nossa maneira de pensar.
Foi então que tropecei no primeiro artigo.
Em 2012, os pesquisadores da Northwestern University propuseram um teste:
Para o grupo A, entregaram um jaleco branco e informaram que pertencia a um doutor. Para o grupo B, ofereceram o mesmo jaleco, porém desta vez disseram se tratar de um jaleco de pintor.
A seguir designaram uma mesma tarefa para ambos os grupos.
O resultado: o grupo que recebeu a jaqueta do médico realizou a tarefa de modo mais focado do que o grupo que recebeu a peça do pintor, exatamente como esperaríamos, em geral, do trabalho de um médico.
E esta foi minha primeira prova para a teoria “o que nós vestimos afeta como nós pensamos”.
Seguimos.
O segundo estudo que encontrei foi realizado em 2015, pelas universidades da California, Northridge e Columbia.
Neste caso, a bola da vez foram roupas sociais e como elas poderiam afetar a maneira com que raciocinamos.
E para isso, fizeram testes:
Teste 1: a roupa pode influenciar nossa maneira de pensar
60 universitários foram escolhidos para participar de uma pesquisa. Na primeira questão deveriam atribuir notas de 1 a 7 para a roupa que estavam usando naquele momento, sendo 1 mais casual e 7 mais formal.
Na segunda questão os participantes deveriam escolher a melhor resposta para o significado do ato de votar.
Entre as opções estavam:
1. Influenciar a eleição (opção classificada como um pensamento abstrato)
2. Marcar um Xis no papel eleitoral (opção classificada como um pensamento concreto)
O resultado: aqueles que definiram sua vestimenta como mais formal, selecionaram em sua maioria a opção 1 (influenciar a eleição), enquanto os que usavam roupas mais casuais, selecionaram em sua maioria a opção 2 (marcar um Xis no papel eleitoral). O que levou os pesquisadores a concluir que a vestimenta formal pode influenciar nossa maneira abstrata de pensar.
Ainda não satisfeitos, continuaram com o estudo.
Teste 2: mais evidências de influência no pensamento abstrato
Seguindo o padrão do primeiro teste, 60 estudantes atribuíram notas de 1 (muito informal) a 7 (muito formal) para a roupa que estavam usando naquele momento.
Em seguida foram dados três exemplos de três categorias distintas e os participantes deveriam colocar os itens em ordem de “mais tem a ver” ao que “menos tem a ver” com a categoria.
Confuso? Explico.
Entre um carro, um navio e um camelo, qual item tem mais a ver e menos a ver com a categoria "veículo"?
Segundo os cientistas, pessoas com pensamentos abstratos tendem a escolher itens não tão óbvios, como a ordem a seguir:
1. Carro
2. Camelo
3. Navio
Enquanto pessoas com o pensamento mais concreto, tendem a escolher ordens, a princípio, mais óbvias, como:
1. Carro
2. Navio
3. Camelo
O resultado: os estudantes que usavam roupas mais formais, tenderam a responder de maneira mais abstrata, enquanto estudantes com roupas mais casuais, tendem a responder de modo mais concreto.
Como a curiosidade é a essência da mente científica, nossos pesquisadores foram atrás de mais uma prova:
Teste 3: roupas formais não são boas pra socializar
Desta vez, 34 estudantes trouxeram uma roupa que usariam em uma entrevista de emprego e uma outra que usariam para ir a faculdade. De maneira aleatória foi pedido para alguns que vestissem a casual e, para outros, a formal.
Na sequência, foi dado a mesma tarefa do teste 2 (incluir itens em categorias).
O resultado: novamente a mesma resposta, roupas formais tendiam ao pensamento abstrato, enquanto as casuais, ao pensamento concreto.
Parece que finalmente encontramos uma lógica por trás do “foda tipo James Bond”.
Mas nem só de alegria vivem os formalismos. Enquanto um terno bom pode fazer nossa mente voar, as roupas formais não parecem ser uma boa ideia quando queremos socializar.
O mesmo estudo descobriu que as pessoas tendem a ser menos abertas e acham mais difícil relaxar quando usam roupas formais e seu oposto também é verdadeiro, a vestimenta casual e descontraída nos ajuda a ficar mais a vontade e, por consequência, socializar mais.
A conclusão
É fato concreto que a roupa que está usando pode potencializar alguma habilidade específica em detrimento a outra. Veja, não se trata de ser um mutante, mas sim de entender o benefício que cada peça pode trazer no seu dia a dia.
Viver em função de suas roupas é superficial e tolo, porém, não querer ter nenhum conhecimento sobre elas e por isso não utilizar as vantagens oferecidas a seu favor é tão superficial quanto. 🙂
Espero que tenham gostado e até daqui quinze dias!
A Conto Figueira
Esta é minha marca, junto com Bruno Passos. Ela deu início pela incessante busca de camisas que vestissem bem e, pela nossa vontade de criar uma empresa que trata as pessoas como pessoas. Com o tempo e poucas horas dormidas fomos conseguindo evoluir em qualidade, criação e atendimento até chegarmos no modelo de empresa que temos hoje.
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