Nascida na ilha feminina de Themyscira, treinada como guerreira amazona, Diana Prince deixa seu lar pra colocar um fim à guerra que destrói o mundo dos homens. Com essa premissa, o filme que estreia mundialmente no dia 2 de junho, é parte do universo expandido da DC Comics e tem ligação com outros filmes como Batman vs Superman – A Origem da Justiça (2016), e Liga da Justiça (que estreia no final de 2017).

As críticas dos fãs tradicionais têm dado muita dor de cabeça para os roteiristas e diretores dessa franquia, mas a Mulher-Maravilha promete mudar o jogo. Por isso aqui estão cinco razões que podem fazer do filme um marco da cultura pop:

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1. Cultura Pop

Wonder Woman é o primeiro filme de super-herói protagonizado por uma mulher depois de quase uma década que viu o gênero definir-se no cinema. Em 2008 dois marcos mudaram o cinema comercial de escala global: o Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, com sua pegada adulta, crua, realista e brutal (pensem no Coringa de Heath Ledger e no Comissário Gordon de Gary Oldman), e o Homem de Ferro da Marvel, que iniciou uma nova forma de cinema blockbuster, com universos expandidos e diversos personagens que se cruzam em filmes solo ou de grupos de personagens.

Agora a história de Diana é o primeiro movimento sério (no cinema) em direção à um público mais diverso e global, movimento esse que também está presente nos games, nos desenhos animados, séries de TV e literatura feitos para a geração millennial.

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2. Foco na personagem

A atriz principal é desconhecida do grande público, o que significa que o foco não é ela, mas a personagem. É difícil ver o Ben Affleck como Batman, por exemplo, mas mesmo antes da estreia do filme, não conseguimos separar a Gal Gadot da Mulher-Maravilha.

Essa estratégia é a mesma do filme Superman (1978) que tinha um elenco de apoio famoso, como Gene Hackman (Lex Luthor) e Marlon Brando (Jor-El), mas vestiu o manto do herói no então desconhecido Christopher Reeve. Gadot tem sido muito cuidadosa nessa relação com a personagem, mantendo um bom equilíbrio entre sua vida particular e a influência do papel nela.

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3. Representatividade

São mulheres a diretora do filme, Patty Jenkins, de The Killing (premiada série do Netflix), e do filme Monster (Oscar para Charlize Theron em 2004), e uma parte significativa do elenco, algo já feito na série de Jessica Jones, da Marvel. Cenas como as que apresentam a Ilha Paraíso e a origem de Diana antes dela sair para o mundo e ficar conhecida como Mulher-Maravilha são raras na história do cinema, já que mostram apenas mulheres como protagonistas, coadjuvantes, extras, etc.

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O filme solo da personagem é mais um passo na construção de uma representatividade pública e cultural da mulher na sociedade global. Você conhece o Teste de Bechdel? Esse filme passa no teste.

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4. Feminismo

No final de 2016, a ONU convidou Gal Gadot e Lynda Carter (a Mulher-Maravilha da série de TV da década de 1970) para um evento que anunciou a personagem como embaixadora honorária da ONU para o empoderamento de meninas e mulheres. Menos de dois meses depois, a Princesa Amazona foi destituída do cargo por pressão de grupos feministas que não concordaram com a escolha de uma personagem branca, de proporções impossíveis e roupas sumárias. Essa divisão nos mostra que o movimento feminista é plural e crítico, mesmo em relação a um símbolo do poder da mulher. Isso não tira o peso da personagem como representante na luta pela igualdade de gênero, mas abre espaço para que diferentes mulheres cumpram esse papel.

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5. Diplomacia

Talvez o aspecto que amarra tudo o que já foi dito até aqui é o olhar de fora que a personagem nos oferece. Diferente do Superman (o proletário) e do Batman (o filantropo), que eram os principais heróis norte americanos dos anos 1930 e 1940, Diana vinha de um outro lugar, e por isso, além de guerreira, era também diplomata. Na primeira metade do século 20, esse aspecto era de pouco interesse para o público, mas no nosso mundo globalizado, a perspectiva feminina que propõe a desconstrução da violência para o florescer de uma nova ordem social baseada na igualdade, é a nova utopia.

Altamente simbólico, político e com apelo global o filme tem tudo para ser um marco do cinema. Apaixonem-se pel(o filme d)a Mulher-Maravilha!

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Esse texto faz parte da parceria editorial entre o PapodeHomem e os Quadrinheiros. Estamos publicando um artigo original por mês, pra você, sempre às sextas-feiras, mas quem quiser mais é só conferir o site e o canal no Youtube deles. Vale.

Mauricio Zanolini

É tão apaixonado por quadrinhos que tem até identidade secreta - <a>Picareta Psíquico</a>. Com os Quadrinheiros tem <a href="https://quadrinheiros.com/">blog</a>