Mas isso não quer dizer que são todos saudáveis.

Há pouquíssima duvida de que o “faça o que você ama” (FOQVA) é o mantra de trabalho não oficial do nosso tempo. O problema é que ele não leva à salvação, mas à desvalorização do trabalho real, incluindo o mesmo trabalho que se pretende elevar e – mais importante, a desumanização da vasta maioria dos trabalhadores.
Em nome do amor

Mesmo assim, vou mostrar cinco obras em que suas personagens amam o que fazem. Em certa medida, é de um magnetismo bem forte ver a paixão dessas pessoas por suas profissões, mesmo sabendo — nós todos aqui — que não é nossa profissão que nos define.

007 (qualquer dos filmes, na verdade)

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James Bond é um cara admirado e fodão. Cool como ninguém, pegador, dotado de um domínio pleno de suas capacidades como profissional e muito — mas muito — além de qualquer outro nessa área.

O agente secreto é um homem bem treinado e bem preparado. Ele mantém a calma porque sabe exatamente o que deve ser feito e como deve ser feito. Se é para se espelhar em um personagem como esse, eu miraria na preparação.

O Poderoso Chefão (a trilogia toda, na verdade)

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Michael Corleone. Trabalha em um emprego que adorava odiar e que pegou uma paixão maior ainda que a de seu pai pelo business. Um planejador perfeito, sempre oito passos a frente de qualquer de seus concorrentes, o filho mais novo de Vito Corleone tem como vantagem o sangue novo, pensamento estratégico avançado e os ensinamentos dos melhores.

O que mirar nesse filme? O saber ouvir e subir nos ombros do que já deu certo, mas sempre se atualizando.

A Todo Volume (um documentário, na verdade)

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Três amores de épocas diferentes e alimentados de formas diferentes. Mas quem seria capaz de dizer qual dos amores é o maior?

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Esse documentário é delicioso. Três guitarristas contando todas as suas boas experiências com a guitarra, ferramenta de trabalho do ex-White Stripes Jack White, o ex-Led Zeppelin Jimmy Page e o ainda U2 The Edge. Uma beleza ver como cada um trata o seu instrumento e como eles se conversam, mesmo que com carreiras bem distintas e vertentes variadas do jeito de se tocar guitarra.

Estima pelo que faz é a pegada dessa dica aqui.

Rock Star (é um filme ruim, na verdade)

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Mas a mensagem é boa. Existem ciclos.

Um garoto sonhador e muito fã de uma banda consegue se tornar o vocalista e viver o sonho. É o sonho. Excursionar, fazer shows, ser adorado, usar todas as drogas do mundo e comer todas as mulheres que conseguir.

O sonho.

Mas mesmo essa situação de ápice é parte de um ciclo e há que saber usar a aprendizagem para novos voos, para outros momentos.

Breaking Bad (é uma série, na verdade)

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Se há alguém mais focado com a ética do trabalho nesse mundo, esse alguém é Walter White. dedicado com seus parceiros, atento com seus fornecedores, respeitoso com seus superiores e focado no que importa (ou no que parece importar): lucro e qualidade de vida para todos.

Claro, tudo isso as custas de não ter ética alguma vendendo drogas e acabando com a vida de muita gente. Mas aí é um outro papo.

E me diga, por favor: quais outros filmes podemos tirar lições edificantes sobre nossa vida profissional? Tô curioso pra ver as respostas nos comentários.

Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna <a>Do Amor</a>. Tem dois livros publicados