Oi, clareou clareou geral!

Agora é tudo festa e aprochego. Hora de entrar no clima, escutar a bateria, o chamado dos bloquinhos, a loucura desenfreada da festa popular mais gostosa desse mundão de meu deus.

Vai pra rua, rapaz! Vai pular, dançar, usufruir da luxúria integrante da massa.

Para amplificar a vontade de festa e a necessidade de estar feliz e contente para o carnaval, temos uma lista de cinco filmes deliciosos pra terminar de ver, desligar a televisão e sair pro “esquindô, esquindô”.

Os Piratas do Rock

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Nada melhor para agitar um dia do que o bom e velho “roque em rou” no seu estado mais catártico e inocente. Estamos na Inglaterra dos anos 60, momento em que só se ouvia rock em casa quem sintonizasse nas rádios piratas. Uma delas ficava em um barco e lá só sobe e desce quem está pronto para o rock n’ roll.

Esse filme tem a atuação do falecido recentemente Philip Saymour Hoffman e é uma pérola pouco vista, provavelmente por conta do nome bonachão.

Mas, ao julgar pelo título, perde-se muito. É um filme bem feito e delicioso de ver, com uma trilha sonora pegada e certeira, foda do começo ao fim. É terminar a porra toda e querer sair correndo atrás de uma festa cheia de dança e horas lúdicas.

Melhor momento do carnaval.

Medianeras

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Os argentinos estão sabendo mesmo como fazer filmes. Esse Medianeras é uma delícia real de duas horas, um recorte de como a vida em metrópole pode ser maluca e ter histórias bizarras — quase fantásticas — dentro de um cotidiano cinza e que tá pouco se fodendo para magias.

O filme desce bem, é gostoso de ouvir o sotaque portenho, os atores são bons e dá, tão logo termina o filme, aquela vontade burra de se apaixonar.

Carnaval e vontades burras: que combo.

Moonrise Kingdom

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Os anseios infantis, a felicidade fácil de se atingir, a urgência em estar contente e fazer as coisas que se gosta. As cores, a fantasia por trás, a eterna procura dos adultos para entender.

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O Moonrise Kingdom é leve, bom para equilibrar o peso da farra no carnaval. Hora de descansar para recarregar, momento divisor de águas para ver o que deu certo e o que pode se sair ainda melhor. Nessa quebra para dar continuidade, é que entra o filme.

Um baita elenco maneiro (Edward Norton e Bill Murray entre eles) e um filme bem gostoso para abrir a cabeça, para se deixar levar um pouco.

O Lobo de Wall Street

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Uma comédia, dirigida pelo Martin Scorsese e que, no fundo, não era para rir nem um pouco. O filme cumpre esse papel de ser mais corrosivo, mas engraçado pra cacete.

Eu gosto da experimentação do Scorsese, da aparição muito boa do Matthew McConaughey, das piadas que envolvem o Johan Hill, a necessidade das drogas naquele contexto, o exagero em chegar no limite da loucura e da excitação pelo simples fato de ganhar montanhas de grana as custas dos outros.

Um filme engraçado que não era pra ser nada engraçado. Piada de humor negro em três horas de filme.

Cidade de Deus

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O filme começa com uma galinha desvairada. Ela luta pela vida enquanto o ziriguidum vai comendo solto e somos apresentados a um Zé Pequeno locaço, rindo histericamente e um bando de maluco armado atrás do galináceo fugitivo.

Cidade de Deus tem esse poder frenético, essa loucura intrínseca e desvairada e vai até o limite da coisa. As personagens que não esquecemos, o desenrolar da vida deles. Tem o samba e a comida farta e a cachaça e as camisas abertas e o ouro e as cagadas para se dar bem, para fazer o que poderia ser feito.

A quarta de cinzas se encerra junto com o “ataque soviético”, um alívio triste com aquele sambinha ainda de fundo.

Aos que assistirem a esses filmes, me contem aqui embaixo como foi. Quem quiser, claro, pode botar mais filmes aqui nos comentários.

Jader Pires

É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna <a>Do Amor</a>. Tem dois livros publicados