Estudo sugere que homens de hoje produzem menos da metade dos espermatozóides do que 40 anos atrás

Estudo analisou 43.000 homens e dá a entender que a infertilidade masculina pode se tornar um problema comum no futuro. Será?

Muito ouve-se falar sobre fatores que podem diminuir a qualidade e concentração de espermatozóides.

O fato de homens cuidarem pouco da própria saúde (de acordo com nossa pesquisa, 8 em cada 10 se enquadram nessa situação), modernidades como telefone no bolso, sobrepeso, DST's, idade, álcool e cigarro são apenas algumas das causas já discutidas por pesquisas realizadas em diversos países.

Faltava um levantamento mais amplo, em várias nações, para indicar de forma mais precisa qual é o tamanho do problema. Não falta mais.

Um novo estudo analisou amostras de 43.000 homens em diversos países industrializados ao longo de décadas e descobriu que, de fato, a contagem de espermatozóides caiu por mais da metade em aproximadamente quatro décadas. A análise chegou a uma queda média de 52,4% na concentração de espermatozóides e uma queda de 59,3% na contagem total de espermatozóides no período de 39 anos.

A boa notícia é que, por enquanto, a infertilidade ainda não é um problema generalizado. O nível mais baixo na concentração de espermatozóides deve, no máximo, tornar mais difícil a gravidez para alguns casais. O principal problema, no entanto, é que não há sinal de redução na queda — o que dá a entender que a infertilidade masculina pode sim se tornar um problema comum no futuro.

Tá sozinho, amigo?

"Acho que deveríamos levar isso bem a sério", diz Shanna Swan, epidemiologista reprodutiva na Escola de Medicina Icahn do Monte Sinai, também em Nova Iorque. Ela ajudou a conduzir o estudo que saiu na publicação Human Reproduction Update. Segundo ela, esse é um alerta necessário.

"Uma vez que esse é o melhor estudo já feito, é preocupante que ele sugira uma diminuição tão progressiva e dramática na contagem de espermatozóides ao longo do tempo", diz Peter Schlegel, professor e presidente do conselho de urologia na Weill Cornell Medicine em Nova Iorque. Schlegel é também vice presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Ele enfatiza que é preciso mais pesquisa para confirmar as descobertas e determinar possíveis causas. "Como não sabemos o que pode estar causando isso, então é digno de preocupação".

Embora não se saiba exatamente o que pode estar causando tudo isso, há uma variedade de teorias a respeito — como as que elencamos no início desse texto. De acordo com Swan, outro fator a ser observado é a exposição a produtos químicos ainda no útero, o que poderia prejudicar a formação do sistema reprodutivo em homens.

Enquanto a gente espera por um estudo mais conclusivo sobre as causas, não custa ficarmos cada vez mais atentos à nossa saúde e aos males comuns à vida moderna — como o estresse.


publicado em 10 de Agosto de 2017, 00:10
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Redação PdH

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