Você não aguenta ficar 2 minutos sem mandar mensagem para aquela pessoa, né?
Isso talvez seja um sinal da famosa “carência emocional”, e ela pode ser entendida como uma necessidade maior para ficar em contato com a pessoa querida.
E a carência não afeta apenas você.
Ter essa vontade recorrente de estar em contato pode afastar o que você gostaria que estivesse próximo. Por isso, separamos algumas dicas para te ajudar!
O que significa essa “carência” para você?
Você precisa identificar primeiro o que essa “carência” esconde:
- Você está com medo da pessoa te abandonar, por isso fica mandando mensagens?
- Ou você está com ciúmes dela estar com outro alguém, e assim sente a necessidade de estar presente?

São várias razões para a carência acontecer. Entender essa emoção pode ser o primeiro passo para entender de onde ela vem.
Avalie se esse relacionamento é equilibrado
Reflita o motivo de você gostar tanto dela. Entenda quais são as características que te fizeram ficar empolgado no relacionamento. Aquilo que deixa seu coração mais quente quando vê a foto da pessoa. Mas também levante os pontos que você considera mais “desagradáveis”. Por exemplo, essa pessoa não tem o mesmo estilo de vida que você, ou às vezes ignora seus sentimentos.
Entendendo os lados positivos e negativos, você poderá criar uma imagem mais realista da pessoa na sua cabeça, e isso vai permitir aos poucos “tirar ela do pedestal” que talvez você a tenha colocado.
Ajuste seus pensamentos sobre o relacionamento
Sabe aquele momento que você acha que a pessoa não quer nada contigo ou que está te ignorando de propósito? Pensamentos são apenas interpretações da realidade pelo sua perspectiva pessoal. Entenda que eles podem ser verdadeiros ou falsos. A melhor maneira de escapar dessa armadilha é avaliar criticamente o pensamento.
Algo como “ela não liga mais pra mim” pode soar vago se você não tiver alguma prova na realidade, e seguir essa ideia no automático te joga diretamente na carência.
Comece a observar quais provas favorecem essa ideia e quais não, dando mais clareza e coerência à emoção.
Reconheça e respeite a autonomia e privacidade da outra pessoa
Por vezes, a impulsividade é guiada por emoções calorosas e você pode realizar um comportamento que ultrapasse a privacidade do outro. Um bom exemplo disso é ficar ligando mil vezes durante a noite porque ela saiu com as amigas e não mandou mais mensagens. O receio e insegurança podem acabar aparecendo nessa hora, fazendo você se engajar nesse comportamento.

Tenha em mente que a pessoa possui sua própria autonomia e que não quis ou não conseguiu te responder naquele horário. Por vezes, você pode conversar com a pessoa para entender melhor quais são os limites dela e como você pode ajustar suas preocupações à realidade da pessoa.
“Se é carinhoso, reclamam, se é desapegado reclamam também…”
Refletir sobre as nossas carências e como elas repercutem nos nossos relacionamentos não é uma cobrança para que você para de dar carinho ou seja o cara que “paga de frio” e “desapegado”. Isso também é chato.
Até porque, às vezes, esse comportamento vem de uma pessoa extremamente carente, que tem medo de “se apegar” e não sabe lidar com as próprias emoções.
Repensar-se é um caminho saudável para descobrir como posso me relacionar melhor.
Com o que mais você se importa?
É normal no começo do relacionamento o mundo rodar em torno da pessoa. Porém, será que você não parou de fazer o que você gostava por conta dela?
Parou de sair com os amigos, perdeu suas noites de sono, evitou se comprometer com agendas porque iria sair com ela…
O relacionamento é uma parte importante da sua vida, mas não pode ser sua vida completa. Você tem gostos, vontades e demandas que estão além daquela relação.
Se esquecer disso é se afastar de quem você é de verdade, permitindo a carência prosperar.
Sentir-se carente em alguns momentos é totalmente normal, espero que saiba disso. Mas entender quais são os pensamentos, emoções e comportamentos por trás disso permite que você tenha mais controle sobre suas ações e possa fazer escolhas que não afetem negativamente o relacionamento.
Texto por: Felipe Capuzo – @psicofelipecapuzo – Psicólogo pós-graduado em Práticas Baseadas em Evidência, tendo sua principal atuação com adultos com transtorno de humor e ansiedade.
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