História do Brasil pelo método cínico

O Brasil já existia antes de 1500.

Era habitado por um povo bacana, de um ritmo único, corpos belos e bronzeados. A principal forma de lazer era correr atrás da Jurema ou ver a Iraci tomando banho de cachoeira.

Em 1500, vieram os Portugueses. Com a permissão de seus deuses, os lusitanos foram povoando o Brasil do litoral até a costa, deixando sempre uma Igrejinha ou uma padaria pelo caminho. Destruíram a cultura dos nativos e o pior: transformaram a Iraci e a Jurema em baratas de sacristia. Não é a toa que o país hoje tem o formato de um imenso bacalhau.

Coitados, perderam a Iraci na cachoeira.

A História do Brasil é marcada por traidores como Calabar, D. João, Silvério dos Reis, FHC, Lula e Carlos Cachoeira.

O lema da bandeira nacional reflete bem a tradição autoritária de inspiração positivista.

A identidade nacional foi forjada em cima de mitos e conveniências da elite e pode ser resumida em duas palavras: Hebe Camargo. A expressão disso é encontrada em expressões largamente utilizadas por todos, mas que não encontram raízes na nossa cultura: "tudo de bom", "beijar muito na boca" e "muito alto astral e gente bonita".

A economia brasileira é marcada por ciclos de exportação de produtos de pouco valor agregado: pau-Brasil, açúcar, algodão, borracha, café, nada, sociólogos, soja, partidos políticos e usuários do Facebook. Sempre pecamos pela superprodução.

O Poder Político, no Brasil, é dividido em três: Executivo, Judiciário e Paralelo.

"Esse país é lindo, não é, gente?"

O Poder Executivo, durante a década de 90, sofreu grande influência de instituições internacionais de controle da Economia. Curioso que essas instituições quebraram logo quando deixamos de ser dependentes delas. Atualmente, o Executivo se dedica a legislar.

O exercício do Poder Judiciário é dividido entre os Tribunais e a Mídia, com diferenças tanto na suscetibilidade à opinião pública – maior nos Tribunais – como na rapidez dos julgamentos – maior na Mídia.

O Poder Paralelo se apresenta de várias formas, cada uma com seu grau de legitimidade aparente. Às vezes se disfarça de polícia. Outras, de Poder Legislativo. Nas suas freqüentes crises, é comum descobrirem um esquema de corrupção e demitirem a assessora gostosa que fez um vídeo de sexo. Quando não está preocupado com seus próprios problemas, o Poder Paralelo se dedica a executar.

E você achava que ironia é empregada doméstica se vingando da patroa na novela.


publicado em 14 de Agosto de 2012, 06:00
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Tiago Xavier

Tiago Xavier é atleticano e bacharel em direito. Nessa ordem. Twitta pelo @tcxavier.


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