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A voz da sua avó atinge os ouvidos, mas foi o cheiro de pão quente e café que chegou primeiro. Você, compenetrado que estava no videogame (ou na rua, jogando bola, empinando pipa, ralando o joelho das mais diversas formas possíveis), teve que ouvir uma bronca antes de resolver obedecer.
Chegando na cozinha, a mesa está preparada, tem bolo, pão de queijo, pão francês, mamão, manga, café com leite quentinho na garrafa, manteiga e requeijão.
Lembrança boa!
Algumas coisas a gente gosta e até ensina pros outros, mas são hábitos puramente automáticos, com uma base emocional que criou raízes há tanto tempo que a gente sequer é capaz de lembrar.
E isso, muitas vezes, só vai ficar evidente quando você se vê longe de casa e, por algum motivo, não tem acesso mais àqueles itens que faziam parte da sua vida.
É curioso, mas não é das coisas extraordinárias que a gente sente mais falta, mas daquilo que é banal, cotidiano.
Eu, por exemplo, que vivi uma parte importante da minha vida no Pará (e, portanto, me intitulo paraense), sinto falta de muita coisa. Farinha crocante, tapioca, peixe fresco e, claro, açaí (de verdade, não essa coisa com granola e banana). Tem também a música, as ruas, os trejeitos, mas vamos nos deter só aos aspectos culinários.
O requeijão tem esse apelo. Vai bem com tudo que é pão, mas funciona mesmo é pra acarinhar o coração com as lembranças do lanche de vó.
Aqui tem uma receita super fácil pra você fazer uma versão cremosa e gostosa pra transmitir afeto pras futuras gerações.
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