É hoje o dia!

Não, não é jogo de futebol, nem um novo vídeo de um Youtuber qualquer. É o dia de você acordar pra vida e jogar fora um monte de besteira que tem entulhada em casa.

Eu sei que você tem uma pá de coisa aí, amigo. Caso não tenha, certamente teve ou conhece alguém que possui um quartinho ou buraco em casa onde joga tudo que é besteira, aquelas coisas que ficam guardadas com o famoso argumento do “um dia pode ser que eu precise”.

Tem gente que se aproxima de extremos como esse da foto abaixo.

Enquanto você dormia, eu tirei uma foto do seu quartinho da bagunça

Desculpa, eu sei que to exagerando um pouco, acho que você ainda não chegou perto disso, né? Mas tem muita gente que chega, quem viu o famoso programa “Acumuladores” sabe do que estou falando.

Quando retiramos objetos sem uso da nossa casa ou escritório, damos espaço para uma nova lembrança, produto ou acessório.  

Sai o antigo e entra o novo.

Em todas as partes da nossa vida, isso funciona. Acho que podemos aplicar em casa, né?

Espero que com esse texto seu antes e depois seja, no mínimo, como na foto aqui embaixo. Já vai preparando a sua câmera pra postar nos comentários.

Sou um acumulador em reabilitação. Quero jogar muita coisa fora, mas como?

Muita gente tem essa dúvida. Parece que existem objetos fêmea e objetos macho, e eles se reproduzem dentro de casa, transformando nossa vida em um inferno, só que não. Quem faz isso é você mesmo, acredite.

Não pretendo reinventar a roda aqui, o que vou demonstrar é uma técnica simples. Até onde sei, ela não tem nome, portanto, darei o nome de “Técnica foda de desapego que o Walter ensinou e você leu no PdH”.

Começando a mudar

A primeiríssima coisa que você vai fazer é comprar 2 caixas.

Eu vou dar o exemplo da caixa de plástico, mas se você não quiser, não tiver grana ou simplesmente tiver 2 outras caixas em casa, use-as. O importante é ter 2 recipientes grandes e diferentes, seja em cor ou formato.

Aqui embaixo você pode ver duas caixas de plástico grandes. Percebe-se que a do “nunca uso” é maior, e sim, fiz isso de propósito, pois tenho certeza que você vai colocar um monte de coisa lá.

 

Escolhi duas cores.

Na azul você vai colocar objetos, acessórios, alguma coisa de dentro da gaveta, enfim, tudo que você usa às vezes.

Para facilitar, pergunte-se: “Eu usei esse objeto nos últimos 2 meses”?

Se não pegou nele, indico a colocar na caixa do “nunca uso”. O nome “uso às vezes” não quer dizer uma vez no ano, e sim uma vez a cada dois meses. Não se preocupe, porque vamos dar um prazo pra você mudar de ideia. Se em um intervalo de dois meses você usá-lo, pode mudar de caixa.

Muito legal, mas a caixa do “nunca uso” é a que vai realmente ajeitar o seu lar.

Novamente, você vai se questionar: “Eu usei esse objeto nos últimos dois meses?”

Não? Então está na hora dele ir repousar na terra do nunca, ou melhor, na caixa do nunca.

Seja muito honesto consigo, se você realmente não usou, coloque na caixa do “nunca”. É importante para que o exercício funcione.

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Ninguém vai sumir com a caixa, só você mesmo.

E depois, o que rola?

Depois de dois meses observando seu comportamento em relação aos seus objetos, você já percebe que tem bastante coisa na caixa do “nunca”, o que te deixa pensativo:

“Por que eu tinha tanta merda dentro de casa sem usar?”

Pois é, todos nós temos. Nossa cultura nos incentiva a comprar e, quanto mais consumimos, mais entulhamos nossas casas.

Eis você, sentado ao lado do que guardou nas caixas durante dois meses

Um passo importante dessa técnica é saber o que fazer depois disso.

Vamos lá. Caso tenha usado os objetos da caixa do “à vezes” no prazo que estipulou para si (no nosso caso, dois meses), eles voltam para seus lugares em casa.

Tente, esforce-se ao máximo para se organizar, para que não bagunce ainda mais a casa, depois dessa coisa toda de separar objetos. O ideal é, pelo menos, voltá-los ao lugar da forma correta, né?

E os da caixa do “nunca”?

Os objetos da caixa do “nunca” serão, nesse momento, separados de você… saravá!

Lidar com o apego faz parte da vida e, vale o lembrete: esses são objetos nos quais você não tocava há meses, que não possuem nenhuma utilidade no momento.

Tirá-los de casa é importante, para que novidades possam surgir, outras experiências possam aparecer e, delas, virem outras lembranças.

E, não se esqueça, essas novas memórias precisam de espaço para aparecer.

Vamos às sugestões:

1. Doar: escolha uma instituição de caridade, um amigo, um parente ou até um morador de rua para fazer a doação dos seus objetos. Suas tranqueiras podem ajudar pra cacete a vida de alguém.

2. Vender: é provável que uma parte do que você separou possa ser vendido. Usando alguns aplicativos ou sites de venda pela internet você pode estipular um preço justo e vender com facilidade.

3. Jogar fora: normalmente é a pior das opções. Parece que você está jogando dinheiro fora. E é verdade. Apesar disso, tem coisas que realmente não temos como usar. Uma xícara rachada que você ganhou de uma ex-namorada, um relógio de parede com o motorzinho zoado. E aí, o que fazemos? Jogamos fora, amigo. Ponto. Supere isso.

Um mega garage sale de uma criança de 7 anos. Que mágico!

Uma outra sugestão perfeita, demais, sensacional mesmo, é juntar os objetos e marcar com amigos o dia do “troca-troca” – por favor, sem piadinhas, não temos mais idade. As meninas aqui do PapodeHomem fazem isso com roupas e dá super certo.

Às vezes, um amigo precisa de algo que você tem e vice-versa, juntem tudo em um espaço, tipo uma venda de garagem e aproveitem. Essa é uma ótima chance para fazer um encontro. Aliás, melhor que um encontro, o churras do troca. Chama a galera, toma uma cerveja e ainda troca produtos.

Uma frase para ser seu mantra agora, mande fazer um adesivo e coloque na parede de casa.

“Quanto menos tranqueira você tiver em casa, melhor.”

Walter Barroso

Arquiteto, Urbanista e Designer, fez primeiro engenharia, depois se formou em gastronomia e finalmente se encontrou como Arquiteto. Ama tudo que é minimalista. Mais sobre ele você pode ver no seu <a>website</a>