Nota da redação: esta é uma tradução da publicação original no Medium por Devin Gleeson. Acreditamos em traduzir e tornar mais acessível conteúdo relevante e benéfico. É o caso deste artigo, que traz perspectivas interessantes sobre relacionamentos e contribui para que muitos homens e mulheres consigam expressar-se de forma mais saudável e plena. 

* * *

Aos 27 anos, percebi algo bastante insano: já haviam se passado cinco anos desde a última vez que eu havia feito um novo amigo.

Essa constatação me atingiu dolorosamente um dia, quando me sentei à mesa da cozinha em meu apartamento, sozinho depois do trabalho.

Cinco anos. Seria possível?

Essa realização foi acompanhada por um segundo golpe: até as amizades que eu tinha dos anos anteriores estavam estagnadas. Eles não haviam se aprofundado ou fortalecido, e eu me senti consumido por uma sensação cada vez maior de solidão.

Na época, eu nada sabia sobre a crescente epidemia de isolamento entre homens jovens. Eu não tinha ideia dos muitos e significativos prejuízos para nossa saúde que estão associados com a falta de senso de conexão (o infográfico da Dra. Emma Seppälä, de Stanford, mostra um quadro bastante sombrio).

Tudo que eu sabia era isso: meu coração doía e algo precisava mudar.

Naquele dia, estabeleci uma séria intenção para mim. Fosse o que fosse, eu descobriria como criar relacionamentos reais e de qualidade.

Ao longo dos cinco anos seguintes (tenho 32 anos agora, no momento em que escrevo este artigo), conexão — aprender como criá-la, mantê-la e nutri-la — tem sido o projeto central da minha vida. Já participei e fui anfitrião de centenas de encontros sobre o assunto, co-criei e vivi em quatro comunidades intencionais, facilitei grupos, ofereci coaching e dei workshops — todos focados, de uma forma ou de outra, em conexão.

Ao longo deste trabalho, observei duas coisas muito interessantes:

1.  Queremos mais conexão

Na verdade, em muitos casos, estamos famintos por isso.

Deixemos claro que isso não significa que queremos necessariamente estar rodeados por pessoas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Como apontou a Dra. Seppälä em sua fala no TED Talk, é possível sentir-se completamente sozinho no meio de uma multidão.

O que realmente queremos é a sensação subjetiva do sentir-se conectado — uma sensação interna de ser verdadeiramente visto, sentido e conhecido pelos outros, e uma sensação interna de verdadeiramente ver, sentir e conhecer os outros.

2. Nem sempre sabemos como criar conexão

E conexões profundas e significativas não acontecem necessariamente, nem somente, por proximidade. Posso passar (e já passei!) dias compartilhando espaço, tempo e experiências com parceiros românticos ou amigos apenas para sentir uma grande distância crescer entre nós.

Por outro lado, também sei o quanto conversas de somente cinco, dez ou quinze minutos têm grande potencial de conectar pessoas desde que propositadamente carreguem essa intenção.

Então, como criamos esse tipo de conversa? Como deliberadamente planejar espaços nos quais a sensação de conexão real surge naturalmente?

É disso que trata o resto deste artigo.

Passei anos colecionando, inventando e co-criando literalmente centenas de jogos projetados para promover conexão profunda. Abaixo, selecionei cinco dos meus favoritos.

Dica rápida antes de começarmos: como evitar estranhamento sendo meta-estranho

Se você nunca convidou alguém para fazer essas dinâmicas de conexão, pode sentir-se um pouco estranho ou com medo de simplesmente chegar e lançar o convite. Faz muito sentido. Convidar alguém para algo assim é o mesmo que dizer: “Gostaria de me conectar com você mais profundamente”.

Não dá pra ficar mais vulnerável que isso.

O que pode ajudar é fazer algo que eu chamo de ficar "meta-estranho". Essencialmente, isso significa reconhecer a estranheza da sua proposta quando convidar alguém para conectar-se com você.

Por exemplo, se eu tivesse lido esse artigo e quisesse tentar um dos jogos, eu provavelmente diria algo como:

"E aí! Então, esses dias eu li um artigo cheio de jogos sobre como construir conexão e intimidade. Talvez seja uma experiência um pouco estranha [este é o momento meta-estranho], mas eu acho que vai ser legal e eu tô pensando… você toparia tentar jogar comigo?"

Tornar-se meta-estranho assim talvez te permita disfarçar o constrangimento ao mesmo tempo em que de fato recruta alguém para explorar o desconhecido com você. Então, seja corajoso. Seja meta-estranho. Depois da primeira ou segunda vez que convidar um amigo, conhecido ou parceiro para um desses jogos, tudo fica mais fácil.

Este autor e seus amigos. Créditos pela foto: o incomparável Jiawen Liu.

Jogo #1: O check-in de dois minutos

Tempo: pelo menos 4 minutos

Número de pessoas: 2 ou mais

Do que se trata: sempre que encontro um amigo para um café, me reúno com colegas do trabalho depois do fim de semana ou me conecto com um colaborador em um projeto, gosto de começar a conversa com um check-in de dois minutos.

Este jogo é basicamente feito para esses tipos de conexão — relacionamentos nos quais você vê a pessoa com frequência suficiente para ambos saberem, em termos gerais, o que está rolando no âmbito comum de suas vidas, mas não se sabe necessariamente pelo que o outro está passando em outras áreas da vida.

Não se engane pela brevidade desse pequeno e poderoso exercício! Você vai ficar maravilhado quando descobrir quem ao seu redor ama cozinhar, quem está fazendo freelas divertidos, quem está passando por uma fase difícil, quem está escrevendo um primeiro romance, etc.

Como jogar:

  1. Escolha quem fala primeiro;

  2. Ajuste um cronômetro para dois minutos; (Você pode estender o exercício por até cinco minutos, mas o faça por pelo menos dois.)

  3. Durante esses dois minutos, a primeira pessoa fala sem ser interrompida sobre o que está acontecendo em sua vida. Pode ser sobre qualquer coisa — trabalho, amor, dinheiro, hobbies, paixões, vocês decidem. Não há uma fala inicial para este exercício, mas uma boa pergunta para soltar a língua é: "O que está vivo dentro de você agora?";

  4. O outro participante simplesmente escuta;

  5. Quando o alarme do cronômetro tocar, quem está falando finaliza seu raciocínio e o ouvinte diz: "obrigado";

  6. Aí é a vez de trocar os papeis.

Dica bônus: depois de repetir essa prática por um período, você talvez perceba (como eu) que tende a compartilhar sobre sua vida da mesma forma todas as vezes.

Por exemplo, é possível que você só fale sobre seu trabalho, ou tenda a focar somente nas coisas negativas de sua vida, ou talvez coloque sempre um viés positivo em tudo e, consequentemente, nunca fique realmente vulnerável.

Seja qual for sua tendência, tente mudar o modo como você compartilha sobre sua vida de tempos em tempos.

Jogo #2: Aprecie o outro

Tempo: sem limite

Número de pessoas: 2 ou mais

Do que se trata: não sei a quem creditar a origem desse exercício em particular, mas é algo que começamos a fazer na minha comunidade intencional como uma forma de carinhosamente encerrar nossas reuniões e apaziguar quaisquer discordâncias que possam ter surgido.

A apreciação é mágica pura e nos desarma mais do que qualquer outra coisa. É tão raro que nos voltemos para as pessoas mais importantes da nossa vida só para lhes dizer o quanto significam para nós. Da mesma forma, raramente temos a chance de ouvir como impactamos positivamente as pessoas ao nosso redor.

Como jogar:

Em grupos (2+):

  1. Garanta que todos no grupo estão em círculo ou em quadrado de forma que todos possam se ver;
     
  2. Escolham uma pessoa para começar;
     
  3. Esta pessoa deve fazer contato visual com a pessoa à sua esquerda e lhe dizer algo que aprecia nela;
     
  4. Depois disso, a pessoa que ouviu o comentário simplesmente diz: "obrigada";
     
  5. Agora, a pessoa que acabou de ouvir o comentário vira-se para a pessoa à sua esquerda e lhe diz algo que aprecia nela;
     
  6. O processo se repete até que todos no grupo tenham tido sua vez;
     
  7. Quando todos tiverem tido sua vez, simplesmente pausem e deleitem-se por um momento nessa doce e compartilhada sensação de apreço.

 Em dupla:

  1. Escolham uma pessoa para começar;
     
  2. Decidam juntos a quantidade de minutos de fala de cada um e programem um cronômetro. Algo entre dois e cinco minutos geralmente funciona bem;
     
  3. Olhando nos olhos um do outro, a pessoa compartilhando seu apreço diz a quem está ouvindo todas as coisas que aprecia nela;
     
  4. Quando o alarme do cronômetro apitar, a pessoa falando conclui seu raciocínio e o ouvinte diz: "obrigado";
     
  5. Aí é a vez de trocar os papeis.

Dica bônus: compartilhar apreço é como oferecer ao outro um presente único — um que lhe fala justamente o que esta pessoa significa para você. Depois de ter compartilhado centenas de vezes, aprendi que as mais marcantes manifestações de apreço tendem a ser 1) específicas e 2) descritivas da importância que a pessoa tem na sua vida. Segue um exemplo.

Você poderia dizer a alguém: "não sei o que é, mas você é simplesmente incrível e eu realmente aprecio isso."

Ou, poderia dizer algo como: "não sei o que é, mas toda vez que você entra em algum lugar, traz uma característica nobre e graciosa que alegra a todos. Eu fico maravilhado. Já tenho notado isso há algum tempo e recentemente percebi o quanto você me inspira a honrar minhas próprias qualidades de nobreza a graça onde quer que eu vá. Então, obrigado." 

Qual dessas falas você acha mais memorável?

Jogo #3: Cinco-cinco, quatro-quatro

Tempo: 32 minutos

Número de pessoas: 2

Do que se trata: o cinco-cinco, quatro-quatro (inventado pela minha querida amiga e ex-parceira, Kay) é a mais bem-sucedida tática que já encontrei para navegar e resolver conflitos.

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Quando surge um conflito, com frequência sua resolução só surge depois que três coisas acontecem:

  • Ambos os lados expressem o que sentem completamente;
  • Ambos os lados sintam que foram ouvidos e compreendidos e;
  • Ambos os lados comecem a reconhecer sua responsabilidade na discussão.

Na ausência de uma estrutura definida, porém, conflitos podem facilmente tornarem-se um festival de brigas, interrupções e defensividade no qual tudo toma grandes proporções e ninguém se sente ouvido.

O cinco-cinco, quatro-quatro dá a ambos chance de falar não uma, nem duas, mas cinco vezes diferentes sem ser interrompido.

Sempre que Kay e eu usamos este jogo, uma sensação de compreensão mútua e compaixão geralmente surgia lá pela terceira rodada, depois de uns vinte minutos fazendo o exercício. Nada mal, considerando que, antes de descobrirmos o jogo, algumas das nossas discordâncias conseguiam nos desconectar por horas ou dias.

Como jogar:

Primeira rodadaCinco minutos

  1. Escolha quem começa;
     
  2. Ajuste um cronômetro para marcar cinco minutos;
     
  3. Durante estes cinco minutos, uma das pessoas fala ininterruptamente sobre o seu lado da discussão. Isso pode incluir compartilhar pensamentos, sentimentos, pontos de vista sobre a discussão, etc. Frases que começam com "eu sinto" podem ajudar a reduzir o sentimento de culpa e abrir espaço para a vulnerabilidade (por exemplo: "eu me sinto magoada quando você não me diz tchau" ao invés de "você me magoa quando não me diz tchau"), mas se isso dificultar muito sua expressão, deixe pra lá. Tudo bem se as coisas forem meio bagunçadas.
     
  4. A outra pessoa simplesmente escuta com a expressão facial mais neutra possível. Por que neutra? Porque mesmo quando não emitimos nenhum som ao escutar, podemos comunicar mensagens defensivas ou discordâncias pelas nossas expressões faciais. Já que este é um espaço para quem fala simplesmente compartilhar e ser ouvido, é melhor manter um clima neutro e esperar a nossa vez para aí então expressar completamente nossa discordância;
     
  5. Quando o alarme soar, quem está falando conclui seu pensamento e quem está ouvindo diz: "obrigada".
     
  6. Repitam os passos dois a cinco para a segunda pessoa e depois vão para a segunda rodada.

Segunda rodada: Quatro minutos

  1. A segunda rodada é idêntica à primeira, mas cronometre quatro minutos;
     
  2. Quando terminar, vá para a terceira rodada.

Terceira rodada: Três minutos

  1. A terceira rodada é idêntica à primeira, mas cronometre três minutos;
     
  2. Quando terminar, vá para a quarta rodada.

Quarta rodada: Dois minutos

  1. A quarta rodada é idêntica à primeira, mas cronometre dois minutos;
     
  2. Quando terminar, vá para a quinta rodada.

Quinta rodada: Aprecie o outro por dois minutos

  1. A quinta rodada é sobre compartilhar seu apreço;
     
  2. A primeira pessoa a falar começa com: "Eu te aprecio porque…" ou algo similar e compartilha com a outra pessoa aspectos específicos que aprecia nela. Alguns exemplos são: "Aprecio que você jogue este jogo comigo", "Aprecio sua disposição a manter-se conectado, mesmo quando é difícil", "Aprecio o quão amoroso você é", etc.;
     
  3. Quando soar o alarme, é hora de inverter os papeis;
     
  4. Quando soar o último alarme, abracem-se apertado. Juntos, vocês completaram uma jornada e tanto!

Dica bônus: depois de fazer esta prática algumas vezes, vocês talvez comecem a perceber que os conflitos que têm tendem a se repetir. Por exemplo, talvez você sinta que seu parceiro não colabora o suficiente com a limpeza da casa. Seu parceiro, por outro lado, sente que você é muito frescurento com limpeza. Isso leva a conflitos recorrentes.

Assim que vocês notarem que estão num conflito-padrão, mencione isso já no começo do jogo dizendo algo como: "Eu percebo que estamos tendo a nossa discusão sobre limpeza de novo."

É difícil dizer o porquê dessa tática ser tão efetiva, mas sempre que a implementei durante um Cinco-cinco, quatro-quatro, o efeito foi acelerar a resolução do problema e criar um sentimento de estarmos no mesmo time —contextualizando o conflito dentro de um padrão relacional mais amplo no qual trabalhamos juntos.

Jogo #4: Troca de gratidão

Tempo: 10 minutos

Número de pessoas: 2

Do que se trata: a literatura científica associando expressões regulares de gratidão e bem-estar geral só cresce.

Muito embora haja muitas práticas individuais para trazer gratidão para o dia-a-dia (listas de gratidão, diários de gratidão, meditações de gratidão), colocar em prática um exercício no qual ambos compartilham gratidão com outra pessoa pode ser uma experiência de esquentar o coração.

É isso que acontece na troca de gratidão.

Como jogar:

  1. Escolha quem começará;
     
  2. Ajuste um cronômetro para cinco minutos;
     
  3. Estabelecendo contato visual, a primeira pessoa começa a compartilhar as coisas pela qual é grato. Gratidão se aplica a absolutamente qualquer coisa: alegria, abundância, o clima, amizades, tristezas, o que vocês quiserem;
     
  4. O ouvinte simplesmente escuta e faz o seu melhor para se abrir como um vaso no qual a outra pessoa derrama sua gratidão;
     
  5. Quando soar o alarme, quem está falando conclui seu raciocínio e quem está ouvindo diz: "obrigado";
     
  6. Aí, é hora de inverter os papeis.

Dica bônus: Há duas formas básicas de expressar gratidão.

A primeira é simplesmente usar a frase "Sou grato por…".

Na minha experiência com esse exercício, porém, é muito mais poderoso começar a frase com "Obrigada por…", como se você estivesse realmente agradecendo a pessoa na sua frente por te ter dado as coisas pelas quais você está expressando gratidão. Isso talvez pareça estranho de primeira, mas tente e veja se você percebe a diferença.

Jogo #5: Relatórios do mundo interno

Tempo: 5–10 minutos

Número de pessoas: 2

Do que se trata: Eu definitivamente deixei o mais estranho para o final. Relatórios do mundo interno é parcialmente inspirado pelo universo do Authentic Relating, parcialmente pela variedade de exercícios olho-no-olho que aprendi nas comunidades tântricas, e parcialmente pela curiosidade generalizada da comunidade intencional na qual vivo de explorar os limites dos neurônios-espelho e empatia e da ressonância límbica.

Existem algumas suposições por trás do Relatórios do mundo interno. A primeira é que, em qualquer momento, estamos experimentando um fluxo interminável de fenômenos internos — sensações, julgamentos, sentimentos, pensamentos, intuições, atrações, ressentimentos, etc.

Por uma variedade de motivos, somos altamente seletivos sobre o que transparentemente compartilhamos com as pessoas ao nosso redor. Quando selecionando o que compartilharemos, com frequência tendemos a ocultar as partes mais vulneráveis de quem somos.

A segunda suposição é que, quando reprimidas, essas vulnerabilidades tornem-se as maiores obstruções ao cultivo de conexões profundas.

Por outro lado, quando compartilhadas, são a mais efetiva maneira de desenvolver genuínas conexões com os outros.

A terceira e final suposição desse jogo sugere que, à medida que compartilhamos e ouvimos mais sobre vulnerabilidades, gradualmente chegamos a níveis mais e mais profundos de conexão que parecem até psíquicos. Pensamentos, sentimentos e intuições começam a co-surgir ao ponto em que, quando estamos realmente conectados a alguém, podemos pensar nessa pessoa e de repente descobrir que ela acabou de nos enviar uma mensagem, ou podemos contar-lhe que estamos nos sentindo tristes sem saber o porquê e descobrir que ela está triste porque algo complicado lhe aconteceu naquele dia. É mágico.

Relatórios do mundo interno nos dá um contexto para brincar com o tipo de vulnerabilidade que permite nos abrir exatamente desta forma.

Como jogar:

  1. Sente-se de frente para sua dupla;
     
  2. Programe um alarme para 5-10 minutos;
     
  3. Estabeleça contato visual e, juntos, respirem profundamente três vezes;
     
  4. Agora, mantendo contato visual, comecem a compartilhar. As falas devem ser relativamente breves e podem incluir coisas desde "Noto que meu abdômen fica tenso quando ponho minha atenção em você" a "Noto que estou sentindo uma raiva inexplicável" e "Noto que tudo o que consigo pensar é que isso é muito desconfortável" ou "Noto que estou me sentindo atraído por você neste momento." Neste exercício, não há "vez" de cada um per se. Ambos compartilham simultaneamente. Um fluxo talvez surja no qual uma pessoa diz algo e aí a outra pessoa diz outra coisa, e aí a primeira pessoa fala novamente, etc. Talvez também haja períodos de silêncio prolongado ou períodos no qual uma pessoa compartilha várias observações de uma vez só. Qualquer coisa que acontecer naturalmente está ótimo;
     
  5. Quando soar o alarme, achem uma forma de encerrar o exercício. Isso pode acontecer por um abraço, um aceno, um simples "obrigado" ou algo mais.

Dica bônus: o objetivo deste jogo é cultivar transparência e vulnerabilidade. Às vezes, no entanto, pode parecer demais compartilhar a coisa mais vulnerável de todas. Embora possa haver benefícios em ir direto ao ponto que nos dá mais medo, uma outra tática é fazer o que chamo de "meta-observação".

Com a "meta-observação", ao invés de de fato compartilhar sobre o que tem receio, você compartilha sobre como se sente sobre compartilhar o que lhe dá receio.

Por exemplo, ao invés de dizer "Noto que estou me sentindo atraído por você agora" — algo incrivelmente vulnerável de se compartilhar — você pode dizer algo como "Noto que há algo que quero compartilhar, mas sinto-me bastante receoso de dizê-lo porque não sei como será recebido."

Se a repressão total significa não compartilhar nada e a expressão total significa compartilhar tudo com total vulnerabilidade, a "meta-observação" te permite ficar em cima do muro, de onde você pode progressivamente avançar para questões mais vulneráveis.

Passe adiante!

À medida que vai testando estes jogos nos seus relacionamentos, te convido a adaptá-los, ajustá-los e fazer o que for necessário para torná-los seus.

Acima de tudo, compartilhe-os — comigo, com todo mundo nos comentários, com seus amigos e família — e vamos dar prosseguimento à revolução da conexão genuína!

Devin Gleeson

Life coach. Escritor. Conector.