O final deste ano guarda boas notícias para dois grandes universos do mundo pop cinematográfico. A maior de todas, claro, o lançamento de Star Wars: O Despertar da Força, programado para dezembro.
Mas pouco antes, no mês 10, chegaremos ao dia 21 de outubro 2015. A notícia ruim é que ainda não existem skates voadores. A boa é que finalmente terminarão os posts fakes com datas manipuladas - desde, sei lá, 2012 alguém publica uma montagem do painel de tempo com os números editados. Tem até um tumblr só disso: Today is the Day Marty McFly Went to the Future.
Conhecido, também, pelas dezenas de easter eggs entre a trilogia, De Volta Para o Futuro já foi dissecado por inúmeros programas de TV, blogs e ex-blogs. O universo de ligações desenvolvido por Zemeckis é brilhante, indo desde o nome do estacionamento que muda após a viagem até a referência a Star Trek na saudação vulcana.
Agora, com a proximidade com o dia que Marty conheceu a Hill Valley do século 21, novos interesses pelo filme são despertados pelo saudosimo. Algo devidamente sanado com uma maratona no final de semana.
E eu, que achava já ter reparado em tudo desse filme, fui surpreendido com mais um toque de genialidade (ou nova neura da minha cabeça doentia).
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Tudo se passa no primeiro filme da série. O baile (ou ritual rítmico) Encanto Submarino é uma salada de referências e homenagens. Entre elas, Marvin Berry telefonando para Chuck afim de mostrar “o som que o primo estava procurando”. Essa informação é tão destacada - corretamente, porque é de um aproveitamento genial - que um pequeno detalhe quase não recebeu a devida atenção antes de outubro de 2015.
Ok, vamos lá. Marty preso no porta malas, Lorraine no carro com Biff, George dando o soco, sobe a trilha, tudo correto. O plano de Marty parece ser um sucesso. Porém, falta o beijo. O surgimento do amor que gera Marty e impede que o pobre rapaz desintegre-se em 1955. Para isso, Marty sobe ao palco e toca uma bela canção do The Penguins e vê, do palco, o início da relação dos próprios pais.
Naquele mesmo salão, mas fora do palco, o universo pop americano era mais uma vez reverenciado.
Vamos viajar no tempo. Sair de 1955 e ir até 1983. A cidade não é mais Hill Valley, mas Metrópolis.
Já o filme: Superman III.
O baile é outro. Um reencontro da turma de 1965. O pobre Clark Kent, que de tão impopular virou jornalista, buscava a redenção na pista de dança. Quando finalmente tomou coragem e arriscou seus primeiros passos no rock, quis o destino que a canção mudasse bruscamente. Foi de Roll Over Beethoven, dos Beatles, para Earth Angel, do The Penguins, bruscamente.
Sim. Ela mesmo. A mesma canção que embalou o início do relacionamento dos pais de Marty.
E o melhor: observe a roupa de Clark e a de George.
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Zemeckis, senhores, é tinhoso.
Ele, que já havia homenageado Kubrick colocando a placa CRM 144 num amplificador (mesmo decodificador que aparece em “Doutor Fantástico” e os números se referem ao código de exploração de Júpiter em “2001 – Uma Odisseia no Espaço”), não deixaria passar uma oportunidade dessas.
Sabe por que? Porque não é Marty o grande herói da trama. Mas sim, George.
Marty corrige uma cagada. George transforma o futuro quando dispensa a timidez, desce a tijolada no Biff e toma a iniciativa com a Lorraine.
Iniciativa. Ele mostra que todos nós temos uma segunda chance mesmo sem perceber que já falhamos na primeira.
No duelo dos bailes, George foi mais que Clark Kent. E sem apelar, tipo, rodando o mundo ao contrário para voltar no tempo.
publicado em 14 de Setembro de 2015, 13:58