O belo é um conceito abstrato. Concreto mesmo é o prejuízo que as pessoas feias têm durante toda a vida.
Daniel Hamermesh, professor da faculdade de Economia da Universidade do Texas, afirma que pessoas bonitas conseguem fazer mais dinheiro. Elas encontram parceiros com rendimentos maiores e conseguem fazer acordos melhores para negociar dívidas como hipoteca. Hamermesh aponta que os trabalhadores norte-americanos considerados feios chegam ao fim da vida com um “prejuízo” de 230 mil dólares em relação aos trabalhadores mais bem apessoados.
Em artigo do jornal The New York Times, o economista observa que esse prejuízo é fruto do nosso preconceito:
Muitos de nós, independente das atitudes que afirmamos, prefere como consumidores comprar de um vendedor de melhor aparência; como membros de júris ouvir advogados mais bonitos; como eleitores seguir políticos bem apessoados; como alunos aprender de professores mais charmosos. Não é uma questão de um empregador maligno se recusar a contratar os feios: nos nossos papéis de trabalhadores, consumidores e amantes em potencial, somos responsáveis por esses efeitos.
A solução, de acordo com Hamermesh: incluir os feios no Americans With Disabilities Act, a lei americana que protege pessoas com as mais diversas deficiências. Assim, os feios poderiam ter auxílio da Equal Employment Opportunity Commission, agência federal que busca garantir oportunidades iguais de emprego e diminuir a discriminação no local de trabalho.
Mas aí surge uma questão capciosa: como determinar a feiura de alguém a fim de incluí-la na tal lei de proteção? “Para o propósito de aplicar a lei, nós seguramente poderíamos chegar ao acordo de quem é realmente feio, talvez 1% ou 2% dos menos bem apessoados da população”, responde Hamermesh.
A disparidade entre os ganhos de gente bonita e editores do PapodeHom… digo, e gente feia já foi constatada em outros estudos anteriores. Um deles, realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, mostra que a diferença é de até 12% no rendimento. O site Business2Community não é tão exato, mas dá uma margem: feiosos ganham entre 10% e 15% menos. Eles chamam isso de “imposto de feiura”.
Ser feio é foda.
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