Uma cachaçaria com nome de ONG, asilo ou orfanato – e acesso difícil. Assim é o Galpão Busca Vida. A cerca de 80 quilômetros da cidade de São Paulo (e depois de mais meia hora de uma estrada vazia e sem indicações), o Busca, para os íntimos, é um lugar imperdível para os amantes da cachaça e da boa música.
Entre Bragança Paulista e Piracaia (SP), à margem da represa que banha as cidades, a beleza dessa cachaçaria está nos detalhes. Tudo por ali é rústico, mas cheio de graça em cada escolha: dos tocos de madeira que servem como banco aos cacos que se juntam e formam um espelho nos banheiros.
Como beleza não é tudo, a cachaça Busca Vida é a grande sensação do lugar. A dose custa quatro reais e a primeira é cortesia da casa. Pizzas, de massa fina, são servidas como aperitivo. Para os que exageram na cachaça, a pizza de Nutella garante uma boa dose de glicose.
A entrada fica em torno de vinte reais, mas o valor depende da apresentação musical que acontece. Se escolher visitar o local com uma banda mais conhecida, aproveite para comprar seu ingresso antecipadamente num dos pontos de venda indicados no site – que incluem até mesmo um bar em São Paulo. Tom Zé, Elba Ramalho, Moska, Arnaldo Antunes, Marcos Suzano, Zeca Baleiro, Martinália, Cordel do Fogo Encantado, O Teatro Mágico, Pedra Branca e Céu são apenas alguns dos que já passaram por lá.
Como não basta ser apenas uma cachaçaria, o Galpão Busca Vida organiza anualmente o Festival de Arte Serrinha, que acontece por lá mesmo, em julho de todo ano. Durante uma semana acontecem oficinas com grandes nomes da música, da moda, da fotografia e do teatro. Hospedar-se por lá é uma possibilidade tentadora de imersão nessa mistura de arte e natureza. E, claro, depois de tanto esforço, rolam shows imperdíveis.
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