Eu nunca havia assistido um jogo de futebol americano. Nem no estádio, nem na TV. Só no cinema – bom cinema , inclusive. Como Duelo de TitãseUm Domingo Qualquer. Tal como pede a ficção, duas produções que possuem um roteiro que prestigia o herói e possibilita a reviravolta nos minutos finais. Gerando, assim, o ápice.
No último sábado, em Cuiabá (MT), rolou a final do Brasil Bowl de Futebol Americano. Não se tratava de um filme. Mas existiu o clichê. E sobraram heróis.
O enredo da final entre Cuiabá Arsenal e Crocodiles Coritiba não podia ser mais dramático. A abertura do placar surgiu logo no primeiro ataque. Heron, rasgando o vento, abriu seis pontos com menos de 1 minuto de jogo. Tudo parecia se encaminhar para mais uma vitória tranquila do Cuiabá Arsenal, invicto na competição.
Contudo, do outro lado estava um time que há muito tempo já perseguia esse título. O Coritiba reagiu e, brilhantemente, virou o jogo. Não só virou, como atropelou os donos da casa. O terceiro quarto acabou com um placar elástico de 23×10.
E até mesmo quem não manja muito desse esporte, tipo eu, entende que 23×10 é muito coisa.
Eis que começou a cena de filme. Cena que se tivesse um teaser, certamente seriam os últimos minutos no vestiário registrado no vídeo abaixo.
Link YouTube | Vídeo oficial do Cuiabá Arsenal
Faltando apenas 4 minutos para o fim do jogo, o Cuiabá virou. 24x a 23. E depois 31×23. “É como se um time de futebol estivesse perdendo de 3×0 e virar o jogo aos 40 do segundo tempo”, explicavam, eufóricos, os torcedores cativos.
A vitória foi importantíssima não apenas para prestigiar o trabalho do Cuiabá Arsenal. Mas, acima de tudo, para fidelizar um público ao esporte na região. Quem foi ao estádio jamais vai esquecer aquele dia. Muito menos deixar de dizer, com orgulho, que aqui, na própria cidade, existe o melhor time de futebol americano do Brasil.
Especialmente quem, lá no início da década passada, decidiu reunir os amigos e fundar um time de futebol americano. Vejam vocês: no meio do Brasil, na capital do Mato Grosso, um time de futebol americano. Foram, como a maioria dos geniais pioneiros, tachados de loucos.
Inclusive por mim. Que não mudo minha opinião, mas compartilho – e me emociono – dessa loucura.
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