Eu amo futebol desde sempre. Quando era pequena costumava acompanhar meu pai nas idas a um banco na minha cidade natal e dar de cara com um caixa que era (e ainda é) corinthiano. Recitava a escalação do meu Palmeiras de cor e salteada. De trás pra frente. De frente pra trás. Como quer que fosse. E ele, mesmo corinthiano, adorava!

Talvez por eu ser criança. Mas acho o que mais admirava meu interlocutor era o fato de eu ser uma menina.

Já hoje em dia é comum mulher gostar de futebol. É até moda.

Invadimos sua praia

Sou de uma época em que normalmente a maioria de nós dizia torcer “pela Seleção”. E como ouvir essa frase me irritava! Só não me irritava mais do que ouvir sobre as coxas do Roberto Carlos, enquanto nem sabiam em quanto tinha terminado a partida.

Sobre nossos emaranhados de fios

Notório que homens e mulheres veem futebol de formas diferentes. Homens e mulheres, como todos sabem, veem a vida de formas diferentes.

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Mas acho que existe uma forma peculiar dos gêneros encararem o futebol. A mulher se irrita. A mulher fica de mal. A mulher ignora. Se está na TPM, então, chega a xingar até o santo que está fazendo 12 gols na partida.

Ao mesmo tempo, ela se apaixona por aquele que se identifica com seu clube. Se você me disser que o Kleber não é um bom jogador, cuidado! Você corre sérios riscos de morte. Você pode dizer que ele é feio, mas vou continuar a amá-lo mesmo assim (e a gostar um pouquinho menos de você!).

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Todavia, num mundo (utopicamente) igualitário, ainda assim encaramos muito preconceito ao falar sobre futebol.

Nosso esquema tático

Podemos discorrer por horas sobre futebol que ainda assim a maioria de vocês não vai acreditar que sabemos 10% do que vocês, homens, sabem. Não suficientemente, muitos darão dar aquela torcidinha de nariz.

Mas nosso esquema tático nunca foi querer provar o que e quanto sabemos. Enquanto nos idos dos anos 60 nossas mães, tias e primocas mais velhas estavam na onda de queimar seus sutiãs, hoje em dia queremos apenas vestir a camisa do nosso time sem sermos mal olhadas.

A história não acabou aí

Será que isso vai existir um dia? Um mundo onde a mulher que ama de futebol não será, necessariamente, apenas “brother” da turma? Ou ainda, será respeitada com sua feminilidade mesmo vestindo uma camisa 10?

Porque futebol não é mais um papo só de homem.

Em tempo: não é porque adoramos futebol que deixamos de achar vários jogadores gatinhos…

Gê Fortunato

Palmeirense, caipira, advogada e teimosa (falar advogada e teimosa é redundância?). Editora do <a>OsGeraldinos.com.br</a>