Costumo observar a vida e o tempo através de ciclos e, logicamente, quando um ano se acaba temos o fim de um ciclo. Não acho que isso se faça propriamente pelo término de um ano, afinal o que distancia o dia 31 de dezembro do dia 1 de janeiro é apenas mais um nascer do Sol, que ocorre todos os dias.

De qualquer forma, o fim de um ciclo é o momento para avaliarmos o que fizemos durante esse período e, principalmente, planejarmos o próximo ciclo, ou o que gostaríamos de fazer. Nesse contexto, aparecem aquelas já famosas promessas ou resoluções de ano novo. As mais tradicionais que já conhecemos:

  • Perder peso.
  • Não gastar tanto dinheiro.
  • Arrumar uma parceira.
  • Ser mais sociável.
  • Estudar ou trabalhar mais…

“Em 2011, vou decorar meu apartamento exatamente assim. E rezar para o universo fazer o resto.” | Foto: Bartosz Ludwinski

E há outras mais interessantes ou pelo menos não tão previsíveis:

  • Fazer o clássico ménage à trois (ou para quem já fez: comer 3 mulheres ao mesmo tempo).
  • Meditar todo dia.
  • Passar pelo menos 3 dias imerso na natureza, sem facilidade alguma, tendo de buscar água e fazer fogo.
  • Parar de fazer promessas e de me enganar com justificativas.
  • Não precisar de tanto planejamento para agir.

O mais interessante disso tudo é que a maioria das promessas de ano novo não duram muito tempo. Logo as pessoas perdem o foco e desistem dos seus objetivos. Isso tudo tem até uma explicação simples: a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que é difícil se alcançar um objetivo quando não nos planejamos para isso e que, quando isso ocorre, é mera consequência do acaso.

O planejamento envolve uma série de ações a serem tomadas, em sequência (ou não), para se atingir determinada meta. É claro que o planejamento não deve ser extremamente rígido, já que normalmente existem muitos obstáculos no caminho que nos obrigam a mudar de estratégia e, em alguns casos, objetivos.

Desafio a todos os leitores PdH

A ação é um dos pilares que sustenta o PapodeHomem. Portanto, convido vocês, caros leitores, a expor uma resolução de ano novo. Mais do que fazer uma promessa, detalhe sua motivação, o propósito da ação, os obstáculos e os caminhos para sua realização.

“Em 2011, quero sentar para bater um papo em Angkor Wat.”

Começo com um exemplo meu.

Vou aprender a tocar contra-baixo. O principal obstáculo é financeiro: planejo gastar em torno de R$ 600 reais para comprar o instrumento. Já tenho R$ 300,00. Sou estudante; juntar dinheiro com o sustento que já tenho é bem difícil, mas vou fazer uns bicos de garçom nos bares do circuito universitário. Trabalharei nos finais de semana de janeiro para juntar a grana restante, comprarei o contra-baixo em fevereiro e me matricularei em uma escola de música. Depois voltarei aqui para deixar um “Feito!” nos comentários.

Agora passo a bola pra vocês!

Danilo Scorzoni Ré

Engenheiro Florestal, amante da natureza e de ecoturismo. Apesar de ambientalista, não gosta de eco-chato e ainda acredita na capacidade do ser humano em promover um futuro melhor. É <a>@dscorzoni</a> no Twitter."

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