Há algum tempo eu decidi que gostaria de voltar para universidade e me dedicar ao estudo da Física. Mas não pela grana. É algo que quero fazer pelo conhecimento, pela chance de retribuir ao mundo um pouco do que ele me provê.

Muito mudou desde que tomei esta decisão, mas o objetivo continua traçado.

Um dia, enquanto estudava álgebra, acabei me deparando com a história de Évariste Galois. Fiquei bem impressionado quando descobri que ele morreu aos 20 anos como um ativista rebelde. Mesmo tão novo, seus estudos no campo da matemática seguem com imensa importância até os dias de hoje.

Sendo bem honesto, na hora em que li isso um calor subiu pelo meu estômago e um inevitável sentimento de “o que estive fazendo com minha vida até aqui? Qual foi minha contribuição para o mundo?” começou a ferver dentro de mim.

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Taylor Wilson completa 20 anos em maio de 2014. Na primeira vez que o vi falar, foi difícil não esconder meu espanto, ele começou sua fala no TED dizendo:

“Meu nome é Taylor Wilson, Tenho 17 anos e sou um Físico Nuclear.”

Taylor Wilson começou a construir seu próprio reator de fusão nuclear quando tinha apenas 12 anos. Ele também construiu detectores de radiação para o departamento de segurança interna dos Estados Unidos. A invenção do jovem é milhares de dólares mais barata do que os detectores Cherenkov utilizados anteriormente.

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Todos nós ouvimos em algum momento de nossas vidas que crianças em regiões pobres África andam quilômetros para conseguir água. Vimos noticiários com fotos de crianças subnutridas, com as costelas aparecendo. Ryan Hreljac também viu, e resolveu fazer alguma coisa.

Aos 6 anos, Ryan decidiu que precisava fazer poços nesses países pobres para facilitar pelo menos o acesso à água. Aos 7 anos de idade, seu primeiro poço foi construído em Uganda. De lá pra cá a Ryan’s Well Foundation concluiu mais de 667 projetos em 16 Países. Aproximadamente 714 mil pessoas agora tem acesso à água potável.

Em maio desse ano Ryan completa 22 anos.

O que mais admiro no arquétipo do jovem é a capacidade de ignorar o senso comum. O conhecimento engessado que os mais velhos se orgulham em adquirir é praticamente ignorado pelos que estão chegando agora. Um bom exemplo disso é a crença de que não podemos prever o futuro.

Com uma ideia bastante engenhosa, Kira Radinsky conseguiu fazer algo praticamente impossível: foi capaz de prever eventos antecipadamente. Kira, que aos 15 entrou na faculdade de ciências da computação e com 26 conquistou seu Ph.D, desenvolveu um algoritmo que coleta dados do arquivo do New York Times, Twitter e algumas entradas da Wikipedia para conseguir determinar eventos futuros. O código desenvolvido pela jovem foi capaz de prever, por exemplo, a recente onda de protestos no Sudão.

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O algoritmo ainda não é perfeito, tem suas falhas. A previsão, por exemplo, era de que o governo do Sudão cairia durante os protestos, o que não aconteceu. Outro problema que enfrentaram é que na primeira versão o algoritmo inevitavelmente previa que algo/alguém iria morrer. Já que tantos títulos de matérias são feitos falando de morte. “Infelizmente, a morte gera títulos interessantes”, diz a inventora.

Mesmo ocupada com sua Startup, que utiliza este algoritmo para prever o sucesso de negócios, Kira ainda colabora com um projeto de pesquisas humanitárias. Recentemente, seu algoritmo conseguiu prever uma mortal epidemia de Cólera no Zimbabwe.

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Existe muito mais valor na mente dos jovens que a maioria das pessoas consegue ver. Apontamos para estes sonhos que parecem ser impossíveis e rimos. Quantas vezes não ouvimos comentários como “o mundo não funciona assim”, “quando você crescer vai ver que as coisas são bem mais difíceis”?

Quanto mais velhos ficamos, mais importância passamos a dar para o que as pessoas pensam. Perdemos a vontade de correr atrás dos nossos sonhos e começamos a procurar nosso lugar nas caixinhas pré-definidas que já existem por aí. Não quero dizer que velhos não podem mudar o mundo, mas que precisam pensar como os jovens para tal.

Este conselho vem de um outro adolescente. O Matemático de 15 anos Jacob Barnett. Em sua fala no TEDx Teen, o jovem autista diz que para começar a fazer coisas de uma forma diferente, precisamos esquecer aquilo que já sabemos e pensar de modo único, usando nossa própria intuição criativa.

Esqueça tudo o que você sabe:

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Lembro de um dos meus primeiros dias de trabalho numa antiga empresa, onde um dos funcionários mais respeitados e mais antigos virou pra mim e disse: “Esqueça, não se pode mudar o mundo”. Por um tempo até acho que acreditei nisso, mas estou decidido a tentar.

E você? O que tem feito para mudar o mundo em que vive? Como pretende colaborar com as pessoas, com a economia, o mercado, saúde, e educação? Não precisamos todos cavar poços na África. Cada pessoa tem um potencial diferente, no que está investindo o seu?

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Ilustradora, engenheira civil e mestranda em sustentabilidade do ambiente construído, atualmente pesquisa a mudança de paradigma necessária na indústria da construção civil rumo à regeneração e é co-fundadora do Futuro possível.