Já começou a campanha Papai Noel dos Correios, uma excelente iniciativa de canalizar o ímpeto consumista para ações de inclusão social.
Com apoio da ONU, a campanha também tem como objetivo desenvolver as habilidades de redação dos pequenos. Para muitos deles, será a primeira carta que escrevem.
Quando fui apadrinhar minha carta, senti que tinha recebido uma correspondência direta de um garoto criado por Bill Waterson.
Douglas, de cinco anos, de Belo Horizonte, aproveitou a oportunidade para soltar a imaginação e pedir o que ele realmente queria:
Apadrinhei a carta e, viciado que sou em compartilhar nas redes sociais tudo o que acontece, coloquei a carta no Facebook, com a seguinte resposta:
Caro Douglas,
De fato, é uma chatice viver num mundo sem dinossauros. A extinção deles estraga a infância de todos (eu sei bem). É por isso que assumo o compromisso solene de achar um pra te dar de presente.
O retorno que recebi foi muito maior do que imaginava. Choveram propostas de doações de brinquedos, livros e coisas relacionadas a dinossauros. Um grande amigo e cabaneiro-fantasma Tiago Megale criou em pouco tempo um site dedicado à captar todas essas ofertas. Lá, além de recebermos esse tipo de doação, procuramos gerar mais atenção para o projeto Papai Noel dos Correios.
Participo na iniciativa pelo terceiro ano consecutivo. Embora sinta bastante aversão ao consumismo que permeia as festas de final de ano, a energia que surge ao preparar um presente que sai do padrão amigo secreto/natal em família/caixinha dos funcionários é muito intensa.
Claro que um presente só não muda a vida de uma criança carente. Mas não deixa de ser uma oportunidade para o exercício da generosidade e para nos arrancar do auto-centramento, rumo a um mundo de mais oferta ao outro, mais liberdade de imaginação e, por quê não, mais dinossauros.
Se você acha que vale a pena, visite o site da campanha e consulte quais são os locais de apadrinhamento na sua cidade. O prazo é curto para dar tempo de entregar os presentes no Natal. Neste ano, os Correios estipularam a meta de responder a todas as cartas.
Mãos à obra!
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