Ajudar é muito difícil. Aceitar ajuda pode ser mais difícil ainda.
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Ajudar é muito difícil.
É difícil se reconhecer em posição superior e, mesmo assim, se abaixar para socorrer outra pessoa sem demonstrar soberba ou arrogância, sem cobrar e sem humilhar.
Aceitar ajuda é muito difícil.
É difícil se reconhecer em situação precária e vulnerável, se admitir precisando de ajuda. É difícil aceitar essa ajuda de maneira não-humilhante e digna, mantendo intacto nosso respeito-próprio. É difícil às vezes engolir pequenas insensibilidades por parte das pessoas que nos ajudam – rudezas que ofendem mas não anulam o efeito positivo da ajuda.
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Quando dividia minha sala de aula em pares, sempre fazia questão de juntar uma pessoa que tenha mais facilidade na matéria com uma outra que esteja passando por dificuldades.
Se você tem facilidade em uma matéria e está indo bem, é importante que aprenda que nem todas as pessoas têm essa mesma facilidade que você, que algumas colegas precisam de mais ajuda e que você pode ser a pessoa a oferecer essa ajuda, de igual para igual, com generosidade.
Se você tem dificuldade em uma matéria e está indo mal, é importante que aprenda a reconhecer a sua dificuldade, que saiba pedir e aceitar ajuda. E, mais importante ainda, que durante o laboratório de química, que você domina mas que outras pessoas não conseguem nem começar, que se lembre da colega que tinha facilidade em línguas e te ajudou com a conjugação dos verbos.
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Eu ensinava espanhol, português e cultura brasileira em uma universidade norte-americana. Mas, se minha turma saísse do curso sabendo ajudar e aceitar ajuda, já teria sido bem mais importante do que saber diferenciar ser e estar.
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