Elogie alguém por quem você sente aversão | Ignição #11

Na Ignição dessa semana, vamos aprender a olhar para além das nossas tendências habituais.

Olá, amigos!

Cá estamos, quarta-feira é dia de Ignição!

Na semana passada tivemos mais alguns belos relatos de gente que viu os benefícios da atividade proposta: ir ao urologista.

Olha só esse aqui, que legal.

Se você chegou a fazer a prática, não deixa de ir lá contar pra gente. Essa parte é super importante, pra saber como estão indo as coisas e pra você também ser apoiado pelas outras pessoas da comunidade.

Assim, sem mais delongas, vamos à prática da semana.

Elogie uma pessoa por quem sente aversão

Ok, parece que não faz sentido. Eu sei.

Mas vamos lá.

Vivemos um certo momento no qual é muito fácil cair na polarização, pura e simples.

Olhamos para as pessoas, vemos certos traços que nos geram aversão, raiva ou medo e com o tempo aquilo cresce dentro de nós. Depois, colocamos essas pessoas em um grupo ou time rival, armamos uma cerca e nos refugiamos de qualquer contato.

Com o tempo, não vemos nada além daquilo que é detestável pra nós. Um ser desprezível, pútrido, indigno da nossa bondade.

Sabemos como podemos fazer isso com os mais diversos pretextos. A visão política não está de acordo com a nossa, a pessoa gosta de um tipo de música que não nos desce ou até mesmo alguns hábitos mundanos, como falar em um certo volume ou gesticular de um tal jeito já é o bastante para excluirmos essa pessoa.

Esse hábito de exclusão tem uma consequência para quem o nutre também, não só para o excluído. Sempre que excluímos alguém, nosso mundo se torna menor. Matamos a nossa curiosidade e perdemos em possibilidades. Nos tornamos um pouco menos livres, afinal, marcamos aquela como uma região proibida no mapa do nosso convívio.

Com o tempo, se levamos esse hábito até as últimas consequências, ficamos trancados na sala escura das nossas certezas, reclamando de como o mundo não se adequa aos nossos gostos e como está repleto de gente chata, burra, desinteressante, etc.

E, claro, ninguém é obrigado a concordar com tudo o que todo mundo faz, nem assentir com a cabeça sempre, sorrir e bancar o bonzinho.

Mas esse outro extremo, da exclusão e reclusão, também não é benéfico.

Afinal, nenhum dos dois extremos é um retrato da realidade. As pessoas de fato fazem coisas irritantes, mas isso também não quer dizer que devamos reduzí-las exclusivamente àquilo que detestamos nelas. Cada pessoa tem mil faces. Muitas das quais nós não enxergamos por nos negarmos a olhar com um pouco mais de atenção.

A prática de hoje visa exatamente isso: aprender a olhar para além dos nossos impulsos iniciais.

Assim, o que sugerimos é: observe uma pessoa por quem você sente aversão e, quando ela fizer algo que considere digno, solte um elogiozão sincero.

Pode ser alguém com quem tenha a relação meio travada, como pai, mãe, irmão, algum ex-amigo ou conhecido, alguém que tenha uma visão política diferente... Só não vale escolher alguém de quem goste. ;)

Observe o seu impulso de frear o elogio, sua birra em evitar enxergar alguma qualidade na pessoa e o que mais surgir internamente. Veja como, de um modo geral, críticas e reclamações surgem muito mais facilmente em relação a elogios. 

Veja também se isso, de alguma forma, muda a relação. Será que a pessoa sorri? Ela se porta diferente de algum jeito? E você, como ficou com isso?

Acredite, apenas isso já pode ser muitíssimo difícil, em especial se vocês tiverem algum histórico de atritos.

A linha de elogios pode ser algo muito simples, como algum detalhe na roupa ou visual (até sugiro evitar essa linha se a pessoa for uma mulher, afinal, é fácil soar torto), mas também sobre alguma ação da pessoa. O segundo caso tende a ser muito mais poderoso, afinal, esse tipo de reconhecimento costuma fazer o dia de alguém muito mais feliz. :)

Se precisar de ajuda pra pensar o elogio, aqui vai um artigo útil.

Como sempre, pedimos que avisem aqui embaixo se toparem o desafio e depois voltem pra contar como foi.

E aí, topam?

* * *

O que é a coluna Ignição?

Resumindo: queremos iniciar processos de transformação por meio de ações práticas.

Aqui no Papo de Homem temos trocentos textos filosofentos falando de tudo. Agora, vamos pra outra abordagem.

Menos papo, mais ação.

Você está perdido e não sabe o que fazer da vida? 

Aqui vamos oferecer um ponto de partida, ações simples que você possa usar como um aquecimento, que coloque seus "músculos" no ponto para você gradativamente começar a lidar com seus problemas de frente.

Como funciona?

Toda semana vamos sugerir ações práticas acessíveis, para que você possa sair da inércia.

Depois, pedimos que venham aqui no artigo e relatem, em detalhes, como foi a experiência. Vale qualquer coisa, inclusive e principalmente, se der tudo errado, pois é nessas horas que a gente precisa de apoio e a coisa de termos uma comunidade mais vai fazer sentido. Nos colocando em movimento vamos começar a descobrir irmãos, amigos, enfim, parceiros de transformação.

Com o tempo, vamos cultivar uma rede de parceiros, dispostos a transformar suas vidas e também conversarem sobre o processo todo como uma forma de se incentivarem e se apoiarem. 

A Ignição é incrível, onde encontro os experimentos anteriores?

Muito fácil! Basta entrar na coleção Ignição.

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publicado em 01 de Agosto de 2018, 19:24
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Luciano Ribeiro

Cantor, guitarrista, compositor e editor do PapodeHomem nas horas vagas. Você pode assistir no Youtube, ouvir no Spotify e ler no Luri.me. Quer ser seu amigo no Instagram.


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