Dizem que as vacas e os vegetarianos vão destruir o mundo

Vaca.

Devemos muito a ela.

Mas há quem a veja como inimiga. Inimiga e aliada de um perigoso, popular e persuasivo cúmplice: o vegetariano.

A vaca, mamífero popularmente conhecido como fêmea do touro, é referida nesse artigo como parte de todo o corpo bonivo. O último Censo vacal acusou a existência de 1, 4 bilhão cabeças de gado no mundo. Desse total, cerca de 70% vive em bom tratamento e alimentação balanceada, possibilitando uma cronometrada e bem sucedida digestão. Esse processo, bastante comum para os seres humano, possibilita a emissão de flatulências.

A flatulência, ventosidade anal também conhecida como peido, crac ou chamar o Sarney, é uma atividade exercida diariamente pelo homem, em média, 6 a 20 vezes. A liberação desses flatos diários significa, mesmo que de modo simbólico e poético, a emissão de gás metano na atmosfera. Esse é o homem.

Pois a vaca peida e arrota, em média, de 30 a 45 vezes ao dia.

Agora imagine mais de 1 bihão de vaquinha peidando silenciosamente enquanto pastam no interior do teu país.

É peido pra porra.

"Oi, eu sou uma vaca. Sou bonitinha e legaHUAAAAAAAAAAA TE PEGUEI FDP"

Essa acusação de que as vacas estão destruindo a camada de ozônio não é de hoje. Mas ela ganhou ainda mais observação após o revival de uma moda absolutamente perigosa para o futuro da humanidade. E é aí que entra a importância do cúmplice desse novo inimigo número 1 da população: o vegetariano.

O aumento de vegetarianos, obviamente, resultou na queda drástica de consumo de carne bovina. Mais vacas estão disponíveis na roça e causando, de modo irresponsável, drástico e preocupante, a emissão de gás metano e a degradação do ambiente. A flatulência de todos os bovinos do mundo é tão nociva ao clima da Terra quanto a emissão de gases causada por 50 milhões de carros, o dobro da frota brasileira.

A Organização da Agricultura e Alimentos dos Estados Unidos confirmou recentemente que a produção de metano na agricultura pode aumentar em 60% por volta de 2030. Deve-se esse número ao incrível dado que dois terços de toda amônia vem das vacas. Especialmente a leiteira que, segundo cientistas, expele uma média de 400 m³ de metano por dia. Quantidade comparável com a de um carro.

E você se achando o máximo por andar de bicicleta, né?

Ok, pedalar é o máximo. Mas pedale até uma churrascaria.



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Os solos pobres utilizados pela pecuária são as armas de massificação do super poder dos bovinos na atualidade. Se Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se unissem novamente teríamos um Gigante Daileon do mal e seria vaca para tudo quanto é canto e avenida desse país. A vaca e os vegetarianos são os novos vilões do mundo. O primeiro por praticar o seu plano de dominação mundial e o segundo por gostar de brócolis.

Logo, fica visível a falta de um plano de sustentabilidade na pecuária. Esse tipo de acusação — aqui tratada como ironia, mas diversas vezes defendida pela ciência — comprova o vício natural do ser humano, até em casos mais graves e urgentes, de passar o problema para o próximo. A máxima de Homer Simpson também vale na ciência: a culpa é minha e eu ponho ela em que eu quiser.

Por exemplo: hoje gasta-se dez vezes mais água para produzir 1 quilo de carne do que a mesma quantidade de soja. Seria menos danoso aos recursos hídricos alimentar-se com grãos do que carne. Em pastagens bem-cuidadas e com um bom ritmo de engorda do boi, a pecuária pode ser tão sustentável quanto a agricultura.

Há solução para qualquer tipo de problema. Basta a nós, ao invés de explicar causas da camada de ozônio transmitindo a responsabilidade, buscarmos soluções. Assim, ninguém precisa ficar contra as vacas.

As vacas são bonitinhas. Perigosas, mas bonitinhas. Não é necessário odiá-las. Longe disso. As vacas têm nossa admiração e respeito.

Os vegetarianos nem tanto.


publicado em 28 de Setembro de 2011, 04:01
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Fred Fagundes

Fred Fagundes é gremista, gaúcho e bagual reprodutor. Já foi office boy, operador de CPD e diagramador de jornal. Considera futebol cultura. É maragato, jornalista e dono das melhores vagas em estacionamentos. Autor do "Top10Basf". Twitter: @fagundes.


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